Lou era uma menina feliz. Tanto, que
vivia tomando liberdade com as pessoas que mal conhecia. Brincava sozinha, ria
de si e se fazia perguntas que realmente respondia...
Adolescente, filosofava na fila do pão, com quem estivesse
ali presente. Abraçava de verdade e agradecia qualquer coisa... Até mesmo um
tropeção. Porque ajudava a enxergar o caminho de outro jeito, dizia.
Lou tirava tempo para não fazer nada e
levava isso muito a sério. Tinha a língua solta, e o corpo apto para dançar a
qualquer momento! Não ligava quando só havia música dentro da sua cabeça...
Se lhe pediam uma mão, ela dava duas, de corpo e alma! E
quando lhe olhavam torto na rua, um poema ousado recitava. Usava azul com
laranja e listras com bolinhas, mas nunca pintou os cabelos...
Lou cresceu e apareceu mais ainda.
Grande, pôde testemunhar a ciência aprendendo com os artistas. Na velhice se
tornou a maior novidade: foi chamada para dar uma palestra, sobre o seu infalível
método de tratamento para diversos tipos de sofrimentos, intitulado “Lou Cura”.
Camila Sousa de Almeida