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Aracaju, Sergipe, Brazil
Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

sábado, 31 de março de 2012

O cúmulo do acúmulo


As rugas da flacidez de hoje denunciam a força antes colocada em prática. Quão belo é o corpo de um ser humano idoso! Uma delicadeza conquistada na pele que se tornou fina; uma maciez agradável ao toque daquele que realmente se aproxima. É bom tocar uma mão que muito acariciou. Os olhos tanto dizem... Aprenderam o ofício da boca, pois sem saber palavrear tudo o que sentem, falam ao calar. E até mesmo assim, gritam – pedindo o que acham que já não podem dar. 
 
Parece que as mudanças vêm anunciando morte, antecipando precipitadamente um luto, mas o que eu vejo é um acúmulo de vitórias. Exatamente isso. Seguindo em direção ao cume, onde as conseqüências dessas conquistas trarão o grande alívio que se sente quando se conclui que, somadas todas as experiências, viveu a vida satisfatoriamente. Olhar para trás e enxergar diferente é um renascimento. Toda perda trouxe um ganho. 

E antes do auge outros alívios estão disponíveis, constantemente, enquanto há respiração; enquanto há a possibilidade de soltar o ar e deixar ir tudo o que precisa ir embora. Há muitas formas de fazer isso; várias formas de respirar. No fim, acaba o que tem que acabar, junto com um ciclo. E isso significa que um novo acaba de começar...

Camila Sousa de Almeida

quarta-feira, 28 de março de 2012

1 + 1 = 1

“Eu sou hemisfério esquerdo. Eu sou um cientista. Um matemático. Eu amo o que reconheço. Eu classifico. Eu sou exato. Linear. Analítico. Estrategista. Sou prático. Sempre no controle. Um mestre das palavras e linguagem. Realista. Eu calculo equações e brinco com números. Eu sou a ordem. Eu sou lógico. Eu sei exatamente quem eu sou.”

 

“Eu sou hemisfério direito. Sou a criatividade. Um espírito livre. Sou paixão. Sou saudade. Sensualidade. Eu sou o som de gargalhadas. Eu sou o gosto. A sensação da areia nos pés descalços. Sou movimento. Cores vivas. Sou o anseio de pintar a tela em branco. Sou a imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto. Eu sou tudo o que eu queria ser.”

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ocupando-se para não se pré-ocupar


Determinados hábitos modernos desenvolveram-se a partir da valorização da velocidade; criou-se um ideal de “resoluções” rápidas: uma pílula, uma comida rápida (fast-food), um click no computador. Tudo isso, entre outros fatores, é claro, tem resultado numa espécie de epidemia de ansiedade. A paciência, nesse contexto, foi sendo transformada em desvantagem na corrida em busca de eficiência. Mas de nada adianta empurrar os ponteiros do relógio com os dedos; o tempo passará no tempo dele mesmo. Respeitar isso é conseqüência da compreensão de que as coisas não necessariamente acontecem como queremos. 

Até nós, psicólog@s, podemos às vezes ficar ansiosos para ver logo os resultados aparecerem nos nossos clientes. Neste caso, podemos observar um lado positivo na ansiedade: ela demonstra o quanto nos importamos com aquele ser humano e a superação do seu sofrimento (e a pessoa, o quanto ela deseja bem a si mesma). Mas como a boa qualidade não está ligada a alta velocidade, nesses momentos é preciso parar e respirar desaceleradamente... Trabalhando a própria ansiedade, o terapeuta está auxiliando o outro a também conseguir fazer isso. 

O tempo certo não é rápido e nem demorado, apesar de poder ser um ou outro, objetiva e subjetivamente... É o tempo da sabedoria, da consciência, e/ou da natureza fechar naturalmente um ciclo...

Desejamos o dia seguinte, mas temos que esperar o sol nascer. E certamente ele renascerá. O que fazer então, senão aproveitar o que se pode fazer antes disso, hoje?! O foco então pode ser o ato e não o tempo que leva para ele se desenrolar... Quando terminar de fazer o que está fazendo, olhe pra cima: o céu não estará igual. O tempo passou, tudo se movimentou, e você não reparou porque você também estava se movimentando... ;)

Camila Sousa de Almeida

sábado, 17 de março de 2012

Conceito sem pré

RESOLUÇÃO CFP N.º 018/2002

Estabelece normas de
atuação para os psicólogos
em relação ao preconceito e
à discriminação racial.

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei n.º 5.766, de 20 de dezembro de 1971 e pelo Decreto 79.822;

CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde se lê: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade humana” e a “Declaração de Durban”, adotada em 8 de setembro de 2001, que reafirma o princípio de igualdade e de não discriminação;

CONSIDERANDO a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial;

CONSIDERANDO que o racismo é crime inafiançável e imprescritível conforme o art. 5º, XLII da Constituição Federal de 1988;

CONSIDERANDO os dispositivos da lei 7.716, de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor;

CONSIDERANDO os artigos VI e VII dos Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional dos Psicólogos:

“Art. VI – O Psicólogo colaborará na criação de condições que visem a eliminar a opressão e a marginalização do ser humano.

Art. VII – O Psicólogo, no exercício de sua profissão, completará a definição de suas responsabilidades, direitos e deveres de acordo com os princípios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10/12/1948 pela Assembléia Geral das Nações Unidas;”

CONSIDERANDO que o art. 27 do Código de Ética do Psicólogo prevê a quebra do sigilo quando se tratar de fato delituoso cujo conhecimento for obtido através do exercício da atividade profissional;

CONSIDERANDO que o preconceito racial humilha e a humilhação social faz sofrer;

CONSIDERANDO a decisão tomada na reunião plenária do dia 19 de dezembro de 2002, RESOLVE:

Art. 1º - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão contribuindo com o seu conhecimento para uma reflexão sobre o preconceito e para a eliminação do racismo.

Art. 2º - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a discriminação ou preconceito de raça ou etnia.

Art. 3º - Os psicólogos, no exercício profissional, não serão coniventes e nem se omitirão perante o crime do racismo.

Art. 4º - Os psicólogos não se utilizarão de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação racial.

Art. 5º - Os psicólogos não colaborarão com eventos ou serviços que sejam de natureza discriminatória ou contribuam para o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias.

Art. 6º - Os psicólogos não se pronunciarão nem participarão de pronunciamentos públicos nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar o preconceito racial.

Art. 7º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 19 de dezembro de 2002.
ODAIR FURTADO
Conselheiro-Presidente

quinta-feira, 8 de março de 2012

É COnsciência

Ainda criança decidi parar de jogar lixo no chão, quando descobri a importância disso. Nem mesmo um pequeno papel de bala ou chiclete eu deixava onde não devia, após tomar essa decisão. Lembro de um dia, quando estava na rua, em que caminhei cerca de cinquenta metros para jogar um pequeno papel desses numa lata de lixo e depois voltei para continuar conversando com minhas amigas. Elas haviam parado tudo para me assistir, sem entender o que eu tinha ido fazer, e quando voltei e expliquei, elas riram de mim. É interessante como cada um enxerga o seu próprio absurdo no alheio, pela incompreensão do que você compreende...

Anos mais tarde, na adolescência, perguntei a uma ambulante que vendia batatinha-frita onde tinha um lixeiro para jogar o copo descartável. Ela me respondeu que não existia e que eu jogasse ali mesmo (no chão da calçada). Eu disse a ela que isso não se fazia e tentei orientá-la; em seguida fui procurar um lixeiro na rua, até encontrar. Voltando para onde estavam meus amigos, um deles, que estava junto comigo na barraca de batata, contou para todo mundo o ocorrido e todos, mais uma vez, riram de mim. E passaram a contar histórias parecidas, onde se divertiam com o fato de jogar lixo no chão por aí...


A ignorância, às vezes, se promove pelas semelhanças. Dentro de você pode não se achar as verdades dos outros, mas a sua, com certeza, você encontrará. A consciência dO QUE É mora profundamente na sabedoria da sua mente inconsciente...

Camila Sousa de Almeida

quinta-feira, 1 de março de 2012

Céu de verão

A lua se espremendo entre as nuvens,

O céu pingando de estrelas,

E as formigas, incansáveis, a carregar

Folhas maiores do que si mesmas;

Como quem não acreditam no impossível,

Como quem não acreditam no que se vê.

A noite, à noite, pode se ver, crê nisso.

Porque se pode ver, pode crer.

A crença quem cria é você.

Camila Sousa de Almeida

Proveitosamente

Certa feita, Syamavati, a rainha consorte do Rei Udayana, ofereceu quinhentas peças de roupas a Ananda, que as aceitou com grande satisfação.
O rei, tomando conhecimento do ocorrido e suspeitando de alguma desonestidade por parte de Ananda, perguntou-lhe o que iria fazer com estas quinhentas peças de roupas.

Ananda respondeu-lhe: "Ó, meu Rei, muitos irmãos estão em farrapos e eu vou distribuir estas roupas entre eles". Assim estabeleceu-se o seguinte diálogo:

"O que farão com as velhas roupas?"
"Faremos lençóis com elas."
"O que farão com os velhos lençóis?"
"Faremos fronhas."
"O que farão com as velhas fronhas?"
"Faremos tapetes com elas."
"O que farão com os velhos tapetes?"
"Usá-los-emos como toalha de pés."
"O que farão com as velhas toalhas de pés?"
"Usá-las-emos como panos de chão."
"O que farão com os velhos panos de chão?"
"Sua alteza, nós os cortaremos em pedaços, misturá-los-emos com o barro e usaremos esta massa para rebocar as paredes das casas". Devemos usar, com cuidado e proveitosamente, todo artigo que a nós for confiado, pois não é "nosso" e nos foi confiado apenas temporariamente. 
 
Trecho retirado de "A Doutrina de Buda" - Siddharta Gautama


AconTecem

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