Algumas pessoas chegam no consultório e, quando ouvem a explicação sobre como é a hipnose (ou quando são conduzidas pela primeira vez), dizem que gostariam de algo mais profundo. Primeiro porque não encontram aquela experiência misteriosa ou sobrenatural que se espera, da imagem difundida por aí. Segundo porque a simplicidade do processo é tanta que aparenta ser superficial. A hipnose é simples, sim. Para quem é conduzido; não para quem conduz. Saber o que fazer durante o transe é uma arte e uma responsabilidade, uma habilidade que desenvolvemos com estudo e dedicação.
A profundidade do trabalho realizado durante a hipnose é tanta que o corpo reage inclusive em funções automáticas: a respiração muda, assim como o ritmo dos batimentos cardíacos, da pressão sanguínea, e um tanto de outras reações corporais e psicológicas. Vale ressaltar que, quanto mais vezes se entra em transe, mais fácil fica aprofundar e diversificar a experiência...
Os resultados observados após o(s) transe(s) também sinalizam essa profundidade. As pessoas podem melhorar – no que quer que seja o objetivo – de forma mais rápida e às vezes surpreendente para ela mesma. Isso porque, o que não conseguimos resolver de forma consciente, racional e intencionalmente, tem raiz no inconsciente. E se é lá que está o problema, lá também está a solução. Não podemos consertar um vazamento do primeiro andar mexendo no segundo; é preciso descer ao primeiro e lá fazer o que é preciso ser feito. E hipnose é abrir as portas do inconsciente, para poder conversar diretamente com ele; por isso, funciona profundamente, trazendo resultados eficazes para problemas com raízes profundas.
Camila Sousa de Almeida
Pois sabe Camila que uma das coisas que mais me impressiona no "Modelo Ericksoniano" é exatamente a capacidade que essa forma de trabalhar possui de acabar com a dicotomia Profundidade x Duração. Agente vê outros grandes teóricos da psicologia falar da necessidade de se ter um longo tempo de trabalho pra conseguir mudanças profundas, vê as críticas contra as psicoterapias breves afirmarem que fazemos um trabalho demasiadamente superficial e por vezes ineficaz em relação às "reais e profundas necessidades" que precisam ser atendidadas, ataques que por vezes estão corretos.
ResponderExcluirMas com Erickson a história muda, ele simplismente prova que é possível ser breve, intenso e profundo, encontrar soluções e promover mudanças positivas e adequadas!
Eis o fim da nossa triste dicotomia, por isso não canso de afirmar, essa é a psicologia dos tempos pós-modernos!
Um final feliz! :)
ResponderExcluir