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Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mudaram as estações!


Existem muitos programas em canais de TV a cabo sobre moda e aparência. Alguns deles também abordam em seus diálogos os aspectos psicológicos envolvidos na forma de alguém se vestir, como a auto-estima e a “necessidade” ou o medo de se mostrar. 

Você pode observar comentários tendenciosos dirigidos aos sorteados(as) para participar desses programas e que, inevitavelmente, transmitem determinadas idéias aos telespectadores. 

Já escutei de alguns que é possível manter a própria personalidade e expressá-la através das roupas, mas de uma forma melhorada e mais adequada socialmente, fazendo algumas mudanças. Já em outro programa a apresentadora comentou: “com essas novas roupas a sua personalidade esquisita será eliminada por completo!”. 

Será que ela queria eliminar a sua personalidade? Sendo o “esquisita” atribuído a ela pelos outros, talvez a mesma utilizasse outro termo para adjetivar o seu estilo, como “original”, por exemplo. A despreocupação em se vestir de acordo com as regras ditadas majoritariamente é uma forma de demonstrar uma preocupação diferente, a defesa de outros valores. Onde fica então a liberdade de expressão “assegurada por lei”, se manifestações pessoais como essas são rechaçadas de várias formas? 

Essa tentativa de padronização das pessoas é causadora de muito sofrimento, estimulando na sociedade atitudes de discriminação, de bullying, de intolerância com as diferenças. Sofrimentos esses que poderiam não existir, simplesmente colocando-se em prática um princípio fundamental da boa convivência: o respeito mútuo, que é acompanhado da aceitação das peculiaridades de cada um - independente de apreciá-las ou não.

No trecho de um programa assisti uma modelo conversar com uma atriz. Esta última dizia para a primeira que “roupa é descartável”; justificando que é porque a moda muda muito, e afirmando ser “desapegada”. 

Essa mentalidade, sim, pode ser descartada. Tal idéia de desapego se mostra completamente equivocada, já que, se você está sempre querendo (e comprando) novas roupas, sem real necessidade, na verdade você está extremamente apegada! O desapego, de fato, se dá a partir da compreensão de que você não precisa de muitas coisas para viver e ser feliz; por isso, você não faz questão de acumular e nem mesmo de comprar mais coisas. E vive isso tranquilamente...

Descartável é aquilo que se usa uma vez e se joga fora, como papel higiênico. Uma roupa, como muitas outras coisas, pode durar anos e anos e continuar servindo para a finalidade para o qual foi comprada. Imagine a quantidade de recursos naturais utilizados para produzir todas as suas roupas... E imagine o tempo que leva para esses recursos se renovarem na natureza... Aposto que as estações não gostam muito das modas “das estações”... 

Camila Sousa de Almeida

Um comentário:

  1. E o pior é que as pessoas caem direitinho nessas conversas de que precisam mudar o estilo e tal, mesmo quando não se incomodam. Vi um programa onde as colegas de trabalho chamaram alguém para ajudar a pessoa a se vestir melhor e a própria pessoa brincava e ria do seu estilo dizendo que não se importava com isso.Ela realmente ficou bem melhor com as orientações da especialista, mas a questão é que a demanda não foi dela!

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