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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pais gays podem ser melhores pais por que escolhem ter filhos, afirma estudo


Crianças criadas por pais gays se dão tão bem na vida como filhos criados por casais heterossexuais - e eles podem ser favorecidos na educação quando se trata de tolerância e sensibilidade à discriminação.

Na primeira semana de janeiro, o republicano Rick Santorum disse a uma plateia de New Hampshire que as crianças estão melhores com os pais na prisão do que com pais gays. E na segunda semana do mês, o Papa Bento XVI declamou considerar o casamento gay uma ameaça "para o futuro da humanidade", citando a necessidade que as crianças tenham lares heterossexuais.

No entanto, investigações sobre famílias chefiadas por gays e lésbicas não faz jus às afirmações.  Pais gays "tendem a ser mais motivados, mais comprometidos do que os pais heterossexuais, em média, porque eles escolheram para serem pais", afirmou Abbie Goldberg, psicólogo na Universidade de Clark em Massachusetts, que pesquisa parentalidade de gays e lésbicas. Gays e lésbicas raramente se tornam pais por acidente, em comparação com uma taxa de quase 50% de gravidez acidental entre heterossexuais, Goldberg disse. "Isso se traduz em um maior compromisso em média e um maior envolvimento”.

E enquanto a pesquisa indica que as crianças de pais gays mostram algumas diferenças no desempenho, saúde mental, funcionamento social e outras medidas, essas crianças podem ter a vantagem de modelos abertos de espírito de tolerância, e do papel das relações equitativas, de acordo com algumas pesquisas. “Obviamente que isso não quer dizer que pais heterossexuais não podem trazer estas mesmas qualidades para a mesa dos pais” lembra Goldberg.

Adotando os mais necessitados

A adoção gay recentemente causou polêmica em Illinois, onde uma instituição Católica de adoção decidiu cessar a oferta de serviços, porque o Estado se recusou a financiamentos para grupos que concordassem em não discriminar gays e lésbicas. Em vez de acatar, Catholic Charities, fechou a instituição.

Oposição católica à parte, a pesquisa sugere que os pais gays e lésbicas são na verdade um poderoso recurso para as crianças que precisam de adoção. De acordo com um relatório de 2007 pelo Instituto Williams e do Instituto Urban, 65 mil crianças viviam com os pais adotivos gays entre 2000 e 2002 e outros 14 mil em lares adotivos dirigidos por gays e lésbicas. 

Um relatório de outubro 2011 por Evan B. Donaldson, do Instituto de Adoção, constatou que, de adoções de gays e lésbicas em mais de 300 agências, 10% das crianças foram adotadas com mais de seis anos - normalmente uma idade muito difícil de adotar. Aproximadamente 25% tinham mais de três anos, 60% dos casais de gays e lésbicas adotaram crianças de todas as etnias e mais da metade das crianças adotadas por gays e lésbicas tinham necessidades especiais.

O relatório não compara as preferências de adoção de casais gays diretamente com as de casais heterossexuais, afirma David Brodzinsky, diretor de pesquisas do Instituto e coeditor da "Adoção por Lésbicas e Gays: A Nova Dimensão da Diversidade Família" (Oxford University Press, 2011). Mas a pesquisa sugere que gays e lésbicas são mais propensas a adotar mais velhos, crianças com necessidades especiais e minorias. 

Além disso, Brodzinsky disse: “Não há evidências que sugerem que gays e lésbicas não aceitam doações abertas, situação em que a criança mantém contato com seus pais biológicos. E as estatísticas confirmam que os pais biológicos, muitas vezes, não têm problema com seus filhos sendo criados por casais do mesmo sexo”, acrescentou.

Bons pais

A pesquisa mostrou que crianças criadas por casais do mesmo sexo - ambos os filhos, adotados e biológicos – não apresentam problemas sobre a saúde mental, funcionamento social, rendimento escolar e uma variedade de outras medidas de sucesso de vida do que filhos criados por casais heterossexuais.

Segundo a socióloga Judith Stacey da New York University e o sociólogo Tim Biblarz da University of Southern California não há nenhuma dúvida, a partir da pesquisa, que as crianças de pais homossexuais estão crescendo para ser tão bem ajustados e bem sucedidos.

Stacey comente que a questão é que as pessoas afirmam que as crianças precisam de um pai e de uma mãe e estão deturpando a pesquisa, a maioria dos quais compara crianças de famílias monoparentais com filhos de casais homossexuais. “Dois bons pais são melhores do que um bom pai”, declarou Stacey, mas um bom pai é melhor do que dois pais ruins. E o gênero parece não fazer diferença. 

A tolerância

Na verdade, encontrar diferenças entre como as crianças criadas por pais gays e por pais heterossexuais acabam em questões de tolerância e de abertura de espírito, de acordo com Goldberg. 

Um homem de 33 anos de idade, com uma mãe lésbica disse a Goldberg: "Eu me sinto mais aberto, uma pessoa mais tolerante por ter sido criada em uma família não tradicional, e acho que aqueles que me conhecem concordariam. Minha mãe propôs um impacto positivo sobre as diferenças entre as pessoas”.

Filhos de pais gays também relataram sentir menos frustrado por estereótipos de gênero do que teria sido se criados em lares heterossexuais. “Isso é provavelmente porque gays e lésbicas tendem a ter relações mais igualitárias do que casais heterossexuais”, afirma Goldberg. Eles também são menos apegados a rígidos estereótipos de gênero si. "Homens e mulheres se sentiram como se estivessem livres para buscar uma ampla gama de interesses", disse Goldberg. "Ninguém estava lhes dizendo: 'Oh, você não pode fazer isso, isso é coisa de menino ou isso é coisa de menina”.

Se o casamento homossexual trás desvantagens, de qualquer forma, não tem nada a ver com o gênero dos pais, mas sim a reação da sociedade para com as famílias, disse o sociólogo da Universidade de Indiana, Brian Powell, o autor de "Relações homossexuais e os americanos" e "Definições de Família“ (Russell Sage Foundation, 2010).

"Imagine uma criança que vive com dois pais em que, legalmente, apenas um dos pais é permitido para ser seu pai," Powell lembra. "Nessa situação, a família não é vista como autêntica ou verdadeira por outros. Essa seria a desvantagem”.

Em um estudo publicado neste mês, no Journal of Marriage and Family, Goldberg entrevistou um grupo de 49 adolescentes e de jovens adultos com pais homossexuais e descobriu que nenhum deles rejeitou o direito de gays e de lésbicas de casar.

Foto: Reprodução/Chris Harvey / Shutterstock.com


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