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Aracaju, Sergipe, Brazil
Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Adapta a ação



Quando a gente cai e se machuca percebe que tem partes de nós mais frágeis do que pensamos. E partes mais fortes ainda. Por exemplo: uma perna que não aguenta uma pancada e outra que aguenta fazer tudo pelas duas. Que ironia! A gente percebe, quando sai da nossa vida rotineira, como é a vida do outro que tem essas dificuldades como rotina. Percebe que é muito bom poder buscar um copo d’água sozinha. E esse é um prazer que não aproveita quem só quer aproveitar a preguiça. Adaptação é uma delícia. É poder tomar banho sentada embaixo do chuveiro e lembrar da sensação do banho de cachoeira... Se brincar, vicia.


Camila Sousa de Almeida

sábado, 16 de novembro de 2013

O centro

Não importa quanto barulho o mundo faça ao seu redor, só é capaz de lhe perturbar o que te inquieta por dentro. Também por isso não adianta o silêncio de uma tarde calma, esteja onde estiver... Não é um sítio longe da cidade nem uma TV desligada. Não é algo que você compre, nem que renuncie. Não é a cor da roupa que veste, nem os zeros na conta bancária. Eles podem estar na direita ou na esquerda... O que importa é o centro. Quando achar, você vai saber e reconhecer... 

Camila Sousa de Almeida


domingo, 3 de novembro de 2013

Qual idade de vida

Foi engraçado, hoje me vi adulta quando me peguei tomando cafezinho. Principalmente porque o tinha desejado. Quando pequena só via fazer isso gente grande... Mas fico feliz por minha criança porque, mesmo depois de ter crescido, não me obrigo a usar terno e gravata nem salto alto, e nem desejo nada disso. Fico feliz por ter preservado, diferente de muita gente, uma ótima vista. Não porque não uso óculos, mas porque enxerguei os passarinhos andando em cima dos carros. E porque achei isso “massa” e lindo. A minha criança agradece eu ter saído do ambiente fechado do trabalho pra tentar ver o eclipse. E sente prazer com o friozinho do tempo nublado, em paradoxo com o fato de não fazer questão de ar-condicionado. Minha criança se orgulha de escolher como meio de transporte a bicicleta. Ela se diverte, se fortalece e se exercita. Gosta de escrever tentando rimar, pra fazer poesia. Com isso concluo que, felizmente, minha criança não só aqui dentro vive; mas está ajudando o meu adulto a ter qualidade de vida.


Camila Sousa de Almeida


sábado, 2 de novembro de 2013

Os bichinhos

Marília tinha nascido no meio dos bichos. Convivia com gato, cachorro, papagaio, periquito. E quanto mais andava pelo seu quintal infinito, mais encontrava outros amigos: os voadores, os saltitantes, os nadadores... Todos absolutamente livres. As espécies conviviam numa harmonia que, para Marília, era tão natural quanto ela.

Quando foi viver na selva de pedra, estranhou muita coisa: água engarrafada e lacrada, fruta pegada de prateleira, cachorro vendido em loja, o povo correndo da chuva, e não com ela... Era tanta coisa diferente que ela nem sabia como chamar.

Já o povo sabia chamar Marília de muita coisa. Mas quando diziam que ela era um bicho-do-mato, ela sorria saudosa. Quando riam dos seus pés descalços, ela pensava que devia ser aquilo uma pessoa chamada de invejosa. Toda aquela malícia dos homens das pedras só a pureza da mata conseguia matar.

E como uma floresta que se multiplica pelas sementes que caem na terra, a fértil Marília pegou-se a engravidar. Gestando em seu ventre uma nova existência cor de verde-esperança, ela naturalmente deu à luz em meio às águas limpas que ainda restavam naquele lugar.

Não tardou a tentarem mais uma vez desmatar seu peito: “seu filho parece um macaco!”. Marília, sábia como as folhas de uma árvore que transformam o que vem de fora em algo que lhe é útil, ficou muito alegre com um comentário tão divino! Serena e orgulhosa, ficou lembrando do quanto admirava aqueles bichos...

Camila Sousa de Almeida


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