- Camila Sousa de Almeida
- Aracaju, Sergipe, Brazil
- Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Adapta a ação
Quando a gente cai e se machuca
percebe que tem partes de nós mais frágeis do que pensamos. E partes mais
fortes ainda. Por exemplo: uma perna que não aguenta uma pancada e outra que aguenta fazer
tudo pelas duas. Que ironia! A gente percebe, quando sai da nossa vida
rotineira, como é a vida do outro que tem essas dificuldades como rotina.
Percebe que é muito bom poder buscar um copo d’água sozinha. E esse é um prazer
que não aproveita quem só quer aproveitar a preguiça. Adaptação é uma delícia.
É poder tomar banho sentada embaixo do chuveiro e lembrar da sensação do banho
de cachoeira... Se brincar, vicia.
Camila Sousa de Almeida
sábado, 16 de novembro de 2013
O centro
Não importa quanto barulho o mundo faça ao seu redor, só é
capaz de lhe perturbar o que te inquieta por dentro. Também por isso não
adianta o silêncio de uma tarde calma, esteja onde estiver... Não é um sítio
longe da cidade nem uma TV desligada. Não é algo que você compre, nem que
renuncie. Não é a cor da roupa que veste, nem os zeros na conta bancária. Eles
podem estar na direita ou na esquerda... O que importa é o centro. Quando
achar, você vai saber e reconhecer...
Camila Sousa de Almeida
domingo, 3 de novembro de 2013
Qual idade de vida
Foi engraçado, hoje me vi adulta
quando me peguei tomando cafezinho. Principalmente porque o tinha desejado.
Quando pequena só via fazer isso gente grande... Mas fico feliz por minha
criança porque, mesmo depois de ter crescido, não me obrigo a usar terno e
gravata nem salto alto, e nem desejo nada disso. Fico feliz por ter preservado,
diferente de muita gente, uma ótima vista. Não porque não uso óculos, mas
porque enxerguei os passarinhos andando em cima dos carros. E porque achei isso
“massa” e lindo. A minha criança agradece eu ter saído do ambiente fechado do
trabalho pra tentar ver o eclipse. E sente prazer com o friozinho do tempo
nublado, em paradoxo com o fato de não fazer questão de ar-condicionado. Minha
criança se orgulha de escolher como meio de transporte a bicicleta. Ela se
diverte, se fortalece e se exercita. Gosta de escrever tentando rimar, pra
fazer poesia. Com isso concluo que, felizmente, minha criança não só aqui
dentro vive; mas está ajudando o meu adulto a ter qualidade de vida.
Camila Sousa de Almeida
sábado, 2 de novembro de 2013
Os bichinhos
Marília tinha nascido no meio dos
bichos. Convivia com gato, cachorro, papagaio, periquito. E quanto mais andava
pelo seu quintal infinito, mais encontrava outros amigos: os voadores, os
saltitantes, os nadadores... Todos absolutamente livres. As espécies conviviam
numa harmonia que, para Marília, era tão natural quanto ela.
Quando foi viver na selva de
pedra, estranhou muita coisa: água engarrafada e lacrada, fruta pegada de
prateleira, cachorro vendido em loja, o povo correndo da chuva, e não com
ela... Era tanta coisa diferente que ela nem sabia como chamar.
Já o povo sabia chamar Marília de
muita coisa. Mas quando diziam que ela era um bicho-do-mato, ela sorria
saudosa. Quando riam dos seus pés descalços, ela pensava que devia ser aquilo
uma pessoa chamada de invejosa. Toda aquela malícia dos homens das pedras só a pureza
da mata conseguia matar.
E como uma floresta que se
multiplica pelas sementes que caem na terra, a fértil Marília pegou-se a engravidar.
Gestando em seu ventre uma nova existência cor de verde-esperança, ela
naturalmente deu à luz em meio às águas limpas que ainda restavam naquele
lugar.
Não tardou a tentarem mais uma
vez desmatar seu peito: “seu filho parece um macaco!”. Marília, sábia como as
folhas de uma árvore que transformam o que vem de fora em algo que lhe é útil,
ficou muito alegre com um comentário tão divino! Serena e orgulhosa, ficou
lembrando do quanto admirava aqueles bichos...
Camila Sousa de Almeida
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