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Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O diário de uma lúpica

“Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.”

Cecília Meireles

Falar sobre meu cabelo é um assunto bastante motivador. Eu descobri que tenho lúpus desde 2005 e a partir desse momento se iniciou uma nova fase em minha vida: adaptações, transformações, mudanças de hábito, enfim, busca de estratégias para viver melhor. O primeiro impacto foi quanto à restrição de luz solar, associada ao uso dos corticóides e como conseqüência a retenção de líquido, aumento de peso, aparecimento de estrias, entre outros... Pra resumir a história, todos esses aspectos afetaram diretamente a minha auto-estima.

Entretanto, eu não sabia que o pior ainda estava por vir... Como o lúpus se caracteriza por fases de remissões, em alguns momentos da minha vida a situação se complicou. Em 2006 tive sérias crises de artrite, acometimento renal e neurológico, então meu reumatologista – Dr. Georges Basile – recomendou que eu fizesse algumas sessões de pulseterapia, uma espécie de “quimioterapia mais leve”, cuja substância utilizada no meu caso foi a ciclofosfamida. Em relação às crises de artrite e outros sintomas correlatos, o efeito foi fantástico; em poucos dias meu corpo respondeu satisfatoriamente.

Em compensação, os efeitos colaterais de longo prazo me deixaram um tanto angustiada... Meu cabelo começou a cair muito, pensei até que fosse ficar careca... (risos – depois que passa a gente ri!) Brincadeiras a parte, meu cabelo diminuiu significativamente o volume, então tive que cortá-lo curtinho e iniciar um tratamento orgânico intensivo com a minha Cabelereira – Sandra. Uma das coisas que eu mais gostava em mim era justamente o cabelo e foi muito difícil aceitar essa mudança de visual. Depois de muito ouvir a Sandra e minha mãe falar dos benefícios, eu resolvi cortá-lo. Fui vivenciando cada etapa desse processo, nunca imaginei, mas comecei a gostar da forma como cabelo se moldava, à medida que minha saúde foi se restabelecendo os fios foram tomando vida e gradativamente se fortaleceram.

O resultado é que hoje, após dois anos e meio dessa trajetória, aprendi a valorizar muito mais meu cabelo. Comumente, quando vou ao salão de beleza, Sandra e eu admiramos a evolução dos fios. É indescritível a sensação, mas sempre que me olho no espelho agradeço imensamente a Deus meus cabelos com vida, e isso só me faz confirmar algo muito importante: que nós temos uma força, um incrível poder regenerador em nosso íntimo, capaz de transformar positivamente qualquer realidade.

Ludmila França dos Santos, 30 de setembro de 2009




Um comentário:

  1. Pois ficou muito bonita de cabelo curto. Interessante isso, hoj eu assisti a um seminario sobre o lupus, e quando venho aqui a noite voce esta falando dele rsrsrs.

    O lupus é mesmo uma doença complexa, que atinge diversos segmentos do organismo, MAS quando tratada o paciente pode levar uma vida confortável e sem maiores aperreios.

    Só não há jeito pra morte...

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