“Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.”
Cecília Meireles
Falar sobre meu cabelo é um assunto bastante motivador. Eu descobri que tenho lúpus desde 2005 e a partir desse momento se iniciou uma nova fase em minha vida: adaptações, transformações, mudanças de hábito, enfim, busca de estratégias para viver melhor. O primeiro impacto foi quanto à restrição de luz solar, associada ao uso dos corticóides e como conseqüência a retenção de líquido, aumento de peso, aparecimento de estrias, entre outros... Pra resumir a história, todos esses aspectos afetaram diretamente a minha auto-estima.
Entretanto, eu não sabia que o pior ainda estava por vir... Como o lúpus se caracteriza por fases de remissões, em alguns momentos da minha vida a situação se complicou. Em 2006 tive sérias crises de artrite, acometimento renal e neurológico, então meu reumatologista – Dr. Georges Basile – recomendou que eu fizesse algumas sessões de pulseterapia, uma espécie de “quimioterapia mais leve”, cuja substância utilizada no meu caso foi a ciclofosfamida. Em relação às crises de artrite e outros sintomas correlatos, o efeito foi fantástico; em poucos dias meu corpo respondeu satisfatoriamente.
Em compensação, os efeitos colaterais de longo prazo me deixaram um tanto angustiada... Meu cabelo começou a cair muito, pensei até que fosse ficar careca... (risos – depois que passa a gente ri!) Brincadeiras a parte, meu cabelo diminuiu significativamente o volume, então tive que cortá-lo curtinho e iniciar um tratamento orgânico intensivo com a minha Cabelereira – Sandra. Uma das coisas que eu mais gostava em mim era justamente o cabelo e foi muito difícil aceitar essa mudança de visual. Depois de muito ouvir a Sandra e minha mãe falar dos benefícios, eu resolvi cortá-lo. Fui vivenciando cada etapa desse processo, nunca imaginei, mas comecei a gostar da forma como cabelo se moldava, à medida que minha saúde foi se restabelecendo os fios foram tomando vida e gradativamente se fortaleceram.
O resultado é que hoje, após dois anos e meio dessa trajetória, aprendi a valorizar muito mais meu cabelo. Comumente, quando vou ao salão de beleza, Sandra e eu admiramos a evolução dos fios. É indescritível a sensação, mas sempre que me olho no espelho agradeço imensamente a Deus meus cabelos com vida, e isso só me faz confirmar algo muito importante: que nós temos uma força, um incrível poder regenerador em nosso íntimo, capaz de transformar positivamente qualquer realidade.
Ludmila França dos Santos, 30 de setembro de 2009
Pois ficou muito bonita de cabelo curto. Interessante isso, hoj eu assisti a um seminario sobre o lupus, e quando venho aqui a noite voce esta falando dele rsrsrs.
ResponderExcluirO lupus é mesmo uma doença complexa, que atinge diversos segmentos do organismo, MAS quando tratada o paciente pode levar uma vida confortável e sem maiores aperreios.
Só não há jeito pra morte...