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Aracaju, Sergipe, Brazil
Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

sábado, 28 de abril de 2012

Por um fio

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nada .



Posso olhar para um papel em branco e achar ele rico, pois vejo nele as infinitas possibilidades que o vazio proporciona. Foi o vazio, justamente, que me inspirou essas palavras. Sem ele, algo já existiria; e tudo que existe limita o que poderia existir – se usamos apenas um espaço finito da existência. Porque na minha cabeça os papéis não têm bordas, não têm começo nem fim... Mesmo que os preencha, eles continuam sendo brancos. Branco. Essa é a palavra que escolhi. E uma escolha é só uma entre tantas que posso fazer. Quantas palavras poderiam estar aqui? O que eu escolho usar para representar o que penso e sinto é uma escolha que será sempre limitada; eu sempre serei muito mais que qualquer coisa que eu escreva ou diga. Por isso, às vezes não digo nada. Por isso, às vezes nem tento escrever. Só serei sendo. Nada é tão completo quanto o vazio. 

Camila Sousa de Almeida

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sábia Mente Inconsciente


Tenho observado um fenômeno interessante nas minhas aulas de bateria: algumas vezes fiz algo inconscientemente, e logo depois o professor explicou o que eu tinha acabado de fazer. Eu fazia algo que nem sabia que sabia! Antes de ele ensinar ou falar sobre o assunto. O professor brincou que eu tenho veia artística; e eu disse que meu inconsciente é mais inteligente e sabe mais sobre música do que eu. Fato. Afinal eu nunca aprendi a tocar nenhum instrumento e nem estudei teoria musical. Estou começando agora... Pois é, expressar-se livremente pode fazer brotar algo surpreendente...

E nisso tudo percebi o quanto minha mente muitas vezes atrapalha o desenvolvimento dessa habilidade, com pensamentos do tipo “é difícil”, “vou demorar a aprender”. É a minha mente consciente que inconscientemente atrapalha, mas que, por eu ter tomado consciência disso, passo a poder controlar. Se a consciência deixa o caminho livre dessas barreiras auto-impostas, a sabedoria inconsciente poderá fluir livremente e expressar sua arte, dessa forma natural que ela demonstra saber fazer... É preciso estar atenta. Sempre aprendendo comigo mesma...

Camila Sousa de Almeida

Passa(n)do


É, vivemos pisando sobre os mortos. Quando vamos a um cemitério fica claro isso. Repare bem se o chão onde pisamos, que nos sustenta, não é feito do que/de quem existiu antes de nós. E é isso que nos permite caminhar, que nos dá base para construir coisas: o que foi construído antes, naturalmente ou não. Destruir é parte desse processo; o que vai se decompondo vai transformando profundamente o solo, dando à continuação da vida sua contribuição. A fertilidade vai se produzindo na terra pela mistura dos elementos que antes foram parte de outros maiores. Partindo-se em grãos, pode se espalhar, se misturar, tornar-se outras coisas maiores, pela união das partes. Tudo aquilo que já foi e não mais é transforma-se no solo onde podemos escolher o que vamos, a partir de agora, plantar. Passando por cima do que passou, podemos ir sentindo a segurança nos nossos passos... 

Camila Sousa de Almeida

quinta-feira, 19 de abril de 2012

[Você tem uma mensagem]

"Se nossos sentidos nos ligam ao mundo, ou seja, sem eles não teríamos como perceber o mundo, então sempre achei que haveria o sexto sentido, quando sentimos coisas que não parecem ter sido captadas pelos outros cinco sentidos. Chamam de intuição. Saindo de uma autohipnose agora, percebi que há um sétimo sentido, que nos liga e nos faz perceber o mundo e assim como os demais é espontâneo e pode ser desenvolvido. É o amor, o sétimo e mais poderoso dos sentidos."

Marcelo Oliveira

Sabia?

domingo, 15 de abril de 2012

Alien nação

A gente vive num mundo esquizofrênico, dominado por esquizofrênicos que dominam outros, cada um na sua esquizofrenia... Os mundos paralelos da política, do futebol, da cerveja, das festas, novelas, programas de televisão e músicas com letras e refrãos esquisitos, que nos tiram ou afastam do contato com outras realidades comuns a todos: a miséria, a fome, a corrupção, os genocídios em prol da construção de usinas hidrelétricas, só para citar alguns dos fatos que ignoramos, surpreendentemente. É como viver a realidade de outro mundo, enquanto se caminha neste. Isto não seria uma esquizofrenia?! Uma mente dividida, porque a mente mente, enganando a si mesma sobre a realidade que “vive”. 

Somos condicionados a prestar atenção em determinadas coisas e não em outras, ao ponto de termos algo, às vezes escancaradamente, em frente às nossas fuças e não enxergamos; ou não escutamos; ou não sentimos nada! Distraídos, somos traídos pela nossa percepção... Observe um telejornal: após notícias de guerra, catástrofes ou corrupção política, dada com cara de pesar pelo jornalista, os gols da semana são comemorados com uma rápida mudança de semblante; a seriedade se transforma em largo sorriso, pois o que “realmente” importa é isso. Ter um título de vencedor é uma importante conquista, tanto quanto o é para um “esquizofrênico” o título de Napoleão Bonaparte ou de rei da província. 

Pesquisas têm provado ultimamente que transmissão de energia pelas mãos pode curar. Será que é só em alguns casos, com intenção de cura, que essa influência existe?  Será que outros tipos de afeto não podem também cotidianamente acontecer e, acontecem? Se nem mesmo tudo o que os meus olhos podem ver eu vejo completamente... 

Ignoramos muitas realidades, como os sons que os gatos ouvem, os cheiros que os cães sentem, e tantas outras coisas que estão construindo o que vivemos, mas não percebemos como parte de nossa “realidade”. Continuamos coletivamente esquizofrênicos...

Camila Sousa de Almeida


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