Era um encontro transcendental
entres as partes que os levavam a eles mesmos. Haviam se fundido e se cindido
logo que se deu a invenção de seus corpos, por isso os desencontros passaram a
acontecer frequentemente, apesar de tão próximos.
Nada mais seria da mesma forma, intacto
apenas o conteúdo. Riam juntos, choravam juntos, iam embora supostamente se
separando mas, fatalmente unidos, sempre voltavam de onde tinham parado como se
o tempo não tivesse existido. Explicação nenhuma isso requer. O fato é que era consenso
o com-sentimento entre as partes. Mas era difícil porque juntava o não saber
como fazer com o sem conseguir provar...
Nasceram, cresceram, encontraram
outros, trocaram o carinho pelo carinho dos outros e depois trocaram e foram
trocados por outros. Entre eles mesmos não trocaram beijos, não tocaram os
corpos, mas o coração batia mais forte do que o mais forte que já havia
batido... Um bater sem dor, mas que doía... Ardia, mesmo sem arder...
Ele até chegou a correr atrás,
sem correr... Ela, sem saber, sabia... Tão estranho era aquela intimidade toda,
que não se encontrava em nome algum. Só no dicionário celestial dos que
verdadeiramente amam. Porque pra amar não precisa de contrato nem de falta de
medo. Sendo assim, estavam livres. Para amarem-se e aceitarem-se na saúde e na
doença; na riqueza e na pobreza; até que a morte os una completamente... Ou a
vida não espere pela morte.
Camila Sousa de Almeida
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