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Aracaju, Sergipe, Brazil
Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

domingo, 12 de julho de 2009

O Porteiro da Boate

Carlos trabalhava há muitos anos como porteiro da boate. Não havia muitas oportunidades naquela pequena cidade.

Um dia, entrou um novo gerente na boate. Um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.

O gerente chamou Carlos e disse:

- A partir de hoje, o Senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.

- Eu adoraria fazer isso, Senhor – balbuciou Carlos – mas eu não sei ler nem escrever!

- Ah! Que pena! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.

- Mas Senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.

- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo Senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito, e que tenha sorte.

Carlos sentiu-se como se o mundo desmoronasse. Que fazer?

Lembrou que na boate, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho. Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego. Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.

Usou então o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa. Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.

E assim o fez. No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:

- Gostaria de saber se você tem um martelo para me emprestar.

- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar…

- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.

- Se é assim, está bom.

Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:

- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?

- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias mula de viagem.

- Façamos um trato – disse o vizinho. Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?

Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Ele aceitou.

Voltou a montar na sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.

- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece?

Carlos abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: “não disponho de tempo para viajar para fazer compras”.

Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas. Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido.

De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.

Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes. Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.

Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, do que gastar dias em viagens.

Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc..

E após foram os pregos e os parafusos. Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.

Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício. No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse:

- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do Livro de atas desta nova escola.

- A honra seria minha – disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o Livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.

- O Senhor?!?! – disse o prefeito sem acreditar. O Senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado.

- O que teria sido do Senhor se soubesse ler e escrever?

- Isso eu posso responder – disse o homem com calma. Se eu soubesse ler e escrever, ainda seria o PORTEIRO DA BOATE!!!

Autor: Marco Fabossi


4 comentários:

  1. Oie Camila, gostaria de agradecer o seu apoio ao movimento "Espalhe Uma Vida Melhor". O apoio de blogs que se preocupam com o bem-estar e qualidade de vida de seus leitores é muito importante.
    O link do seu blog já está na página do movimento, entre outros que apoiam o "Espalhe Uma Vida Melhor".
    Ajude-nos a divulgar o movimento também através de um post, e incentive diversas outras pessoas a buscarem uma vida mais saudável.
    Um grande abraço.

    ResponderExcluir
  2. moral da historia: estudar n dá futuro!
    kkkkkkkkkkkk
    vou largar a facul de medicina saporraa!
    kkkkkkkkk
    ;)

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  3. PARÁBOLA DA VACA
    Um sábio mestre e seu discípulo andavam pelo interior do país há muitos dias e procuravam um lugar para descansar durante a noite. Avistaram, então, um casebre no alto de uma colina e resolveram pedir abrigo àquela noite. Ao chegarem ao casebre, foram recebidos pelo dono, um senhor maltrapilho e cansado. Ele os convidou a entrar e apresentou sua esposa e seus três filhos.
    Durante o jantar, o discípulo percebeu que a comida era escassa até mesmo para somente os quatro membros da família e ficou penalizado com a situação. Olhando para aqueles rostos cansados e subnutridos, perguntou ao dono como eles se sustentavam.
    O senhor respondeu:
    - Está vendo àquela vaca lá fora? Dela tiramos o leite que consumimos e fazemos queijo. O pouco de leite que sobra, trocamos por outras mercadorias na cidade. Ela é nossa fonte de renda e de vida. Conseguimos viver com o que ela nos fornece.
    O discípulo olhou para o mestre que jantava de cabeça baixa e terminou de jantar em silêncio.
    Pela manhã, o mestre e seu discípulo levantaram antes que a família acordasse e preparavam-se para ir embora quando o discípulo disse:
    - Mestre, como podemos ajudar essa pobre família a sair dessa situação de miséria?
    O mestre então falou:
    - Quer ajudar essa família? Pegue a vaca deles e empurre precipício abaixo.
    O discípulo espantado falou:
    - Mas a vaca é a única fonte de renda da família, se a matarmos eles ficarão mais miseráveis e morrerão de fome!
    O mestre calmamente repetiu a ordem:
    - Pegue a vaca e empurre-a para o precipício.
    O discípulo indignado seguiu as ordens do mestre e jogou a vaca precipício abaixo e a matou.
    Alguns anos mais tarde, o discípulo ainda sentia remorso pelo que havia feito e decidiu abandonar seu mestre e visitar àquela família.
    Voltando a região, avistou de longe a colina onde ficava o casebre, e olhou espantado para uma bela casa que havia em seu lugar.
    - De certo, após a morte da vaca, ficaram tão pobres e desesperados que tiveram que vender a propriedade para alguém mais rico. – pensou o discípulo.
    Aproximou-se da casa e, entrando pelo portão, viu um criado e lhe perguntou:
    - Você sabe para onde foi à família que vivia no casebre que havia aqui?
    - Sim, claro! Eles ainda moram aqui, estão ali nos jardins. – disse o criado, apontando para frente da casa.
    O discípulo caminhou na direção da casa e pôde ver um senhor altivo, brincando com três jovens bonitos e uma linda mulher. A família que estava ali não lembrava em nada os miseráveis que conhecera tempos atrás.
    Quando o senhor avistou o discípulo, reconheceu-o de imediato e o convidou para entrar em sua casa.
    O discípulo quis saber como tudo havia mudado tanto desde a última vez que os viu.
    O senhor então falou:
    - Depois daquela noite que vocês estiveram aqui, nossa vaquinha caiu no precipício e morreu. Como não tínhamos mais nossa fonte de renda e sustento, fomos obrigados a procurar outras formas de sobreviver. Descobrimos muitas outras formas de ganhar dinheiro e desenvolvemos habilidades que nem sabíamos que éramos capazes de fazer.
    E continuou:
    - Perder aquela vaquinha foi horrível, mas aprendemos a não sermos acomodados e conformados com a situação que estávamos. Às vezes precisamos perder para ganhar mais adiante.
    Só então o discípulo entendeu a profundidade do que o seu ex-mestre o havia ordenado fazer.
    Procure em sua vida se não há uma vaquinha para empurrar no precipício ou se alguma já caiu e você não percebeu que foi algo bom.
    Perder um emprego, acabar um relacionamento e outras tantas outras coisas traumáticas são como marcos em nossas vidas, servem para mostrar que você passou por ali e sobreviveu, ficou melhor e mais forte.
    Se sua vida mudou por uma circunstância dessas, agradeça. Mesmo que pareça ruim agora, tudo leva a um caminho melhor, só depende de como você vê.

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