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Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Medo: Placa de SinalizAção


Li há algum tempo sobre uma pesquisa, realizada no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, que chegou a uma descoberta: os sinais neurológicos causados por medos aprendidos e instintivos percorrem caminhos diferentes até causar reações. Isso significa que existem dois tipos de medo que, portanto, podem ser considerados de maneiras diferentes. 

Cada sentimento tem sua utilidade e sempre exerce alguma função que, no caso do medo, geralmente é protetora. Assim é com aquele tipo que coloca em prática o instinto de sobrevivência. Se um animal feroz estiver perto de você, você sentirá medo, e isso é desejável que aconteça, pois caso contrário, você não teria o impulso de se defender de um possível ataque – seja enfrentando ou fugindo da fera. Neste caso, essa sensação incômoda é uma forma de inteligência organicamente aprendida e herdada ao longo da evolução da(s) espécie(s). 

Porém, às vezes sentimos medos não baseados na “real” periculosidade daquilo que é temido. Mas, a semelhança com as sensações que causa um bicho feroz ao seu lado, dão a impressão de certeza e verdade àquelas remotas ou “impossíveis possibilidades”. Que mal uma lagartixa pode fazer a você? Que função esse tipo de medo exerce dentro da sua vida? Você aprendeu a criar em seu corpo sensações baseadas em falsos motivos... Você já assistiu filmes de terror?

Se você aprendeu a ter medo, muitas coisas você aprendeu. E aprender é algo que você pode fazer sempre. Podemos aprender uma palavra em uma língua estrangeira. Eu não sei se ela faz um caminho diferente no seu cérebro para você a entender, mesmo tendo o mesmo significado da palavra que você sempre soube compreender. São duas palavras diferentes, sendo uma só. Como pode ser? 

A fuga é um dos caminhos que aprendemos a fazer ao ter medo de algo, através do instinto. Acabamos levando esse aprendizado aos medos aprendidos. Repetimos um caminho; mas os diferentes medos não repetem. Cada um segue a sua própria trilha. Será que podemos aprender com eles a não seguir o mesmo caminho? Eles nos ensinam... eles aprenderam e podemos aprender com eles. Podemos fazer caminhos diferentes. Os pés que fogem podem também se aproximar; ir, vir, voltar... E ninguém nasceu já sabendo caminhar...

Camila Sousa de Almeida

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