Começo esses traços negros no papel com a vontade de escrever coisas bonitas. Mas a vida não é feita de certezas. O que julgamos num instante como o certo-belo é apenas um limitado reflexo. A perfeição de um dia cinza e frio nem todos sabem vivenciar internamente, mas ninguém gostaria de viver a vida inteira com o sol a lhe esquentar.
Só sabemos apreciar o que contrasta, o que se afasta de alguma coisa que existe para podermos experimentar. Ou vivemos justamente para tudo isso. Para sermos errados e belos no erro de não encontrar esse acerto constante, no ato de ser tudo diferente.
A gente espera o que não acontece e crê que o bom é não aceitar. Por que vivemos? Por que esteticamente perdemos o senso de dentro-encontrar? Não estando atentos à hora certa, apreciamos o que dizem de bom as palavras “não incertas”, mas despercebemos o preto da tinta que não deixou a caneta falhar...
O texto pára por aqui. Talvez esteja incompleto... E talvez por isso possa ser, por agora, um exemplo de perfeição.
Camila Sousa de Almeida
ecce homo!
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