A morte é uma idéia frequentemente temida. Mas, assim como
tudo mais, pode ser encarada de diversas formas, não necessariamente adversas,
se olhamos além de uma perspectiva física. Não é difícil observar, dentro das
famílias, que a morte do corpo físico pode despertar os espíritos – não aqueles
de quem se foi, mas daqueles que, por enquanto, ficam.
Espírito é uma palavra que aqui utilizo para denominar aquilo
que faz alguém querer dizer o que nunca disse; fazer o que não fazia; perdoar,
pedir perdão e viver livre de mágoas e dívidas.
Fins proporcionam (re)nascimentos. Como um ponto no fim de um
parágrafo abre espaço para outro começar dizendo coisas novas, ou já ditas, porém
reformuladas após uma boa maturação.
Ironicamente, talvez a morte possa dar
sentido à vida; ou mostrar a importância devida do que realmente importa. Entretanto,
apesar de tamanho poder de trazer benefícios, ainda assim, tememos tais
experiências. Medo de mudanças é o humano medo do desconhecido...
Mas o novo é que nem o velho: pode ser bom ou nem tanto assim,
o que alguns chamam de “ruim”. Mas é natural que – o que dizemos ser – opostos
estejam juntos integrando uma coisa só. Eu não conheço todas as moedas de todos
os tempos, mas, nunca ouvi falar de nenhuma que tivesse apenas um lado!
Independente do seu tamanho, valor ou formato.
Se tudo que nasce naturalmente tem a morte como inevitável destino,
obviamente se pode também destruir o que foi humanamente construído. Você pode deixar
morrer ou, até propositadamente, assassinar quem te engana dizendo que é igual a você:
seu ego. Um braço é um braço e não todo o seu corpo. Se você não puder usá-lo mais, pode
continuar vivendo, adaptando-se às mudanças.
Se você se permite ser diferente
de “si mesmo”, vai deixando morrer a idéia de que as coisas precisam ser de uma
forma específica para estar bem...
Camila Sousa de Almeida
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