A internet propicia atualmente uma
maior facilidade de acesso à informação, e isto também se observa no âmbito da
saúde. Não apenas instituições e profissionais têm a possibilidade de
disponibilizar seus textos publicamente, como qualquer pessoa que queira
questionar, opinar ou informar através dos espaços virtuais.
Como absolutamente tudo, isso tem
um lado positivo e um negativo: o enriquecimento das trocas diminui a
ignorância, porém pode levar a alguns equívocos. Não só porque nem todas as
informações são baseadas em comprovações científicas, até porque o que é
considerado científico também está sujeito à falhas e mudanças. A
contextualização é necessária para tornar uma “verdade” realista. Porque as
verdades absolutas não existem; a diversidade, em tudo o que diz respeito ao
ser humano, é que se coloca como fato concreto.
O que em um grupo é considerado
doença, em outro pode ser compreendido como um dom espiritual; o que em uma
família é encarado como demonstração natural de saúde, em outra é causa de
incômodo e vista como um problema: como uma criança bastante ativa, por
exemplo. Todos nós apresentamos características que se encaixam em sintomas de
transtornos catalogados, mas isso não é suficiente para nos considerarmos “isso”
ou “aquilo”. Há muito mais a se pensar...
É comum hoje as pessoas se autodiagnosticarem
a partir do que lêem na internet, e isso pode ser benéfico por um lado, mas
negativo por outro, como já havia dito. Encontrar um nome para o que se sente e
vivencia pode trazer alívio e esperança de melhora, mas também pode acabar limitando
aquilo que você acredita sobre você; colocando o foco em dificuldades, enquanto
você é um Todo muito maior do que a soma dessas partes, e cheio de
potencialidades.
Diante do reconhecimento de uma
necessidade, o mais importante quando se procura a ajuda de um profissional é
saber o que você quer mudar, superar, desenvolver. As informações podem ser
utilizadas para auxiliar esta percepção, para possibilitar em vez de delimitar.
Em geral a sociedade estabelece
rótulos e não há como evitá-los completamente; mas podemos aprender que ninguém
é simplesmente um “depressivo”, “bipolar”, ou qualquer nome que seja. Você é
você; e quem você é pode mudar, e muda constantemente. Não limite o que é
naturalmente ilimitado...
Camila Sousa de Almeida
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