Uma viagem, qualquer que seja,
começa muito antes de você sair do lugar. O ponto de início é na sua cabeça:
quando você pensa, decide e planeja ir. Independente da ordem que isso
aconteça, antes de ir você tem que comprar a passagem (ou revisar o carro, a
bicicleta, etc) e a partir daí o seu dia-a-dia começa a ser adaptado aos novos
gastos que você fez e/ou está fazendo e fará. Pode ser que você tenha que abrir
mão de outras coisas por ela. Aí, a viagem já mudou a sua vida, mesmo antes de
acontecer de fato.
Provavelmente você conhecerá
pessoas nesse processo ou entrará em contato com conhecidos/parentes que talvez
não fale há muito tempo. A viagem lhe aproxima das pessoas mesmo sem encontrá-las
pessoalmente.
Uma das partes que acho mais
divertida é fazer a mala! Parece que toda a viagem, em algum plano, é feita
neste momento: você escolhe as roupas que vai levar pensando no clima, nos programas,
nas pessoas, nos lugares, na praticidade, no espaço, na hospedagem, no tempo...
Você vai imaginando tudo, para utilizar bem as suas malas e sacolas com aquilo
que realmente vai valer a pena ser carregado. Acessórios, produtos de higiene,
calçados, documentos necessários... Tem que escolher o que vai e o que fica,
não tem jeito. E pra tomar as decisões é preciso saber imaginar, sendo realista ao mesmo tempo.
E nisso, você acaba redescobrindo
suas coisas... Tem roupa que há muito tempo você não usa e pode resolver levar,
seja pelo clima diferente de onde vive, seja pela oportunidade de ser diferente
em outro lugar... Parece que é mais fácil mudar junto com outra mudança, né?! O
melhor da viagem é mesmo aproveitar.
Mas pra viajar tranquil@ você tem
que pensar também no que está deixando. O que há para se resolver? Adiar ou
adiantar compromissos, pagar contas, arrumar quem regue suas plantas... Você
aprende a se organizar de uma forma diferente, sair da rotina. A viagem, antes
mesmo da ida, já é uma vida extra-cotidiana...
Então em algum momento, “finalmente”,
chega a hora da viagem, que já começou há muito tempo... Você se transforma no
próprio movimento; o corpo acompanha a mente. E lá, a viagem é diferente das
suas viagens. A volta é quase sempre mais rápida, e a bagagem nunca volta a
mesma. Às vezes volta mais leve, às vezes mais pesada, mas sempre volta mais
cheia...
Camila Sousa de Almeida
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