- Camila Sousa de Almeida
- Aracaju, Sergipe, Brazil
- Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)
sábado, 30 de junho de 2012
A inconsciência da consciência
A consciência da inconsciência da vida é o mais
antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes — brilhos
do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias — que têm
o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o
fígado e os rins fazem de suas secreções.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Nem tudo que reluz é ouro!
Li em uma revista da área psi que uma pesquisa que neurobiólogos realizaram permitiu observar uma peculiaridade no funcionamento cerebral, ao reter informações importantes: a memória é facilitada pela associação de elementos em categorias que simplificam as impressões visuais; como se puséssemos os dados que foram associados em gavetas, para ser mais fácil reencontrar.
A partir desse conhecimento, analise agora como as propagandas e a mídia em geral costuma nos influenciar massivamente, com as associações que criam artificialmente: mulher bonita e cerveja; margarina e família unida; corpo ilusoriamente perfeito e felicidade; saúde e rápidas "soluções" com remédio; roupa da moda e aceitação social; promiscuidade e diversão; etc etc etc. Somos constantemente bombardeados de associações que querem que a gente faça sem pensar. E, de fato, a repetição ajuda a acontecer instantaneamente, o que quer que seja.
Tudo isso vai influenciando sorrateiramente nossas escolhas e ações, porque os produtos vão sendo ligados à emoções agradáveis que todos gostariam de sentir. E grande parte do tempo não percebemos que estamos desejando os desejos diariamente plantados em nós, como se estivéssemos distraídos na chuva, sem sombrinha, sem capa, sem nada, e portanto a água vai nos molhando.
Os que estão no poder nos governando (neste sentido governam, sim), dizem se preocupar com a promiscuidade, com a violência, com as doenças físicas e mentais e com a "falta de educação" da população. Mas a educação, entendida como instrução para a adoção de comportamentos e atitudes correspondentes aos usos socialmente tidos como corretos e adequados, aplicada a objetivos capitalistas, não está em falta. E a educação, enquanto processo de aquisição de conhecimentos e aptidões, tem chegado a quase todos os indivíduos da população; a questão é qual o conhecimento que tem sido passado e que aptidões ela tem ajudado a desenvolver?! Consumismo, alienação, submissão, entre outros...
Porque, fora os discursos, eles estão ocupados em plantar e regar cada um desses problemas nos vasos que continuam a lhes fazer brotar dinheiro, e os mantêm no poder, submetendo-se a tudo por estarem perdidos e distantes do que podem ser... Afinal, antes das invenções humanas, a terra já produzia adubo naturalmente. E quando não impedida, uma planta cresce onde há condições favoráveis e tem, naturalmente, tudo que precisa.
Camila Sousa de Almeida
terça-feira, 26 de junho de 2012
AvaliAção Psicológica
Sabemos que podemos prejudicar
alguém não só pelos atos que praticamos, mas também pela negligência do que não
fazemos ou não falamos. Por isso estou a escrever.
Tive a oportunidade de ouvir
algumas vezes, das próprias pessoas que se preparavam ou já haviam realizado
uma cirurgia bariátrica, depoimentos sobre os procedimentos pré-operatórios que
me deixaram preocupada com o funcionamento, que me pareceu comum, da “avaliação
psicológica” dentro desse contexto específico.
Em primeiro lugar, muitos pacientes
vão ao psicólogo (da equipe do cirurgião, obrigatoriamente) com o objetivo de
enganar o profissional, para que ele não alongue o processo e/ou não impeça a
cirurgia, avaliando-o como não preparado para tal. Mentem e tentam fingir
maturidade, esclarecimento e equilíbrio para conseguirem o mais rápido possível
o que querem: a autorização para a cirurgia.
O psicólogo, por sua vez, parece não
atentar para tais sutilidades – ou finge que não percebe (o que eu prefiro não acreditar
que aconteça), dando o seu aval após duas sessões – ou pouco mais que isso – com
um paciente até então desconhecido. Será que em poucos encontros de
determinados minutos conheceu?
Uma situação tão séria e delicada
que, se não compreendida e bem elaborada, tanto mental quanto emocionalmente,
pode levar à morte, não pode de maneira alguma ser tratada desse jeito. Pessoas
que se submetem a esse tipo de cirurgia não podem de jeito nenhum extrapolar os
seus limites – que mudaram radicalmente, quase que do dia pra noite. Algumas
pessoas, que não tiveram o devido acompanhamento psicológico (antes, durante e
depois), não conseguem se controlar e morrem por causa disso. Você pode
pesquisar, acontece.
Nossos comportamentos são gerados
por um misto de nossa vontade consciente com nossas tendências/inclinações
inconscientes. A presença de impulsos que não conseguimos controlar intencionalmente,
com esforço, indicam a necessidade de um trabalho psicoterapêutico que ajude a
transformar a condição emocional em que tais impulsos existem e se manifestam.
Quando não é conseqüência de
algum distúrbio orgânico, a obesidade costuma ser coadjuvante da ansiedade e não
raro é conseqüência de algum vazio emocional que a pessoa tenta preencher com a
ingestão de alimentos. Portanto, é preciso mexer em muito mais do que no corpo.
Um psicólogo não resolverá os seus problemas, apenas vai lhe ajudar a resolvê-los; da mesma forma, uma operação de redução de estômago e similares apenas vai facilitar mudanças que você quer, precisa fazer e vai depender de você...
Um psicólogo não resolverá os seus problemas, apenas vai lhe ajudar a resolvê-los; da mesma forma, uma operação de redução de estômago e similares apenas vai facilitar mudanças que você quer, precisa fazer e vai depender de você...
Camila Sousa de Almeida
sábado, 23 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
A vida é terapêutica!
Quando pensamos em terapia geralmente
imaginamos um profissional, um paciente/cliente(s) e um ambiente específico,
como um consultório, onde o primeiro emprega no segundo técnicas aprendidas em
cursos e formações da área em que atua. Sim, a terapia pode ser assim. Mas essa
não é a forma mais freqüente de acontecer.
Espontaneamente, todo mundo pratica
terapia! Em si mesm@ e nos outros; às vezes atingindo, mesmo com gestos simples,
profundamente... A diferença pode estar na inconsciência de quem faz/recebe,
enquanto o terapeuta profissional sabe o que pretende e age intencionalmente na
direção desses objetivos.
O lazer, o prazer em se fazer
algo que se gosta de fazer, é uma terapia popular e bem estabelecida. Assim
como os sinceros beijos, abraços, sorrisos... Há quem se transforme ao dançar,
cantar, tocar, ler, cozinhar, pedalar, escrever, caminhar, viajar, nadar,
fotografar, malhar, bronzear, plantar, costurar, pintar, tricotar, conversar, limpar,
ler, elogiar, organizar... A lista nunca vai acabar...
As atividades de todos os dias podem
ser terapêuticas, em diferentes graus das atividades mais esporádicas que o são
também. Uma pausa no trabalho para beber água ou tomar um café é uma prática
terapêutica, não?! O próprio trabalho pode ser. Perceba a diferença que
pequenas coisas fazem no seu estado, no seu ser. E você pode perceber isso
quando não as pratica também...
O objetivo essencial da terapia, como
a compreendo, é saudavelmente proporcionar bem-estar, qualidade de vida. E
isso, com certeza, você sempre pode fazer por você mesmo, em qualquer lugar!
Mesmo que em algum momento ou situação específica você precise ir fazer terapia
com alguém especializado, em algum lugar determinado para isso.
Camila Sousa de Almeida
domingo, 17 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
CFP NA CÚPULA DOS POVOS
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem,
historicamente, se dedicado à luta em defesa dos direitos humanos, da
justiça social e da igualdade.
Para o debate na Cúpula dos
Povos, que acontece no Rio de Janeiro, de 15 a 23 de junho de 2012, o
CFP traz questões centrais para a sociedade, como emergências e
desastres e suas relações com a preservação ambiental, protagonismo e
justiça social e a dimensão subjetiva do desenvolvimento sustentável,
levantadas sob a perspectiva do compromisso da Psicologia com a
construção do bem comum.
Considerar os efeitos das
condições do ambiente sobre os comportamentos humanos, e dos
comportamentos humanos sobre as condições do ambiente, partindo da
compreensão de que nos ecossistemas cada elemento tem sua função e todos
os organismos são necessários, também é papel da Psicologia.
A Psicologia pode cumprir
um importante papel na construção de novas relações entre indivíduo e
ambiente, que partem da ideia de que homens, mulheres e o planeta são
parte de um mesmo todo e que podem estar integrados e inter-relacionados
para a construção do bem comum, em que são considerados o bem estar
social e a preservação do meio ambiente.
Participe da nossa programação e visite o nosso estande!
CFP NA CÚPULA DOS POVOS
Conferência | A Psicologia e o Compromisso com a Construção do Bem Comum |
Data e horário | 15 de junho de 2012 às 14h |
Local | Tenda 17, Flora Tristan, Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro-RJ (perto da entrada do Aterro, ao lado da Plenária 5, via Rua do Russel, Glória) |
Conferencista | Marcus Vinícius: Psicólogo, doutor em saúde coletiva, professor da Universidade Federal da Bahia, onde coordena o Laboratório de Estudos Vinculares e Saúde Mental do Instituto de Psicologia. |
ESTANDE DO CFP
Estande n° 65, Aterro do Flamengo, em frente ao Hotel Novo Mundo.
Estande n° 65, Aterro do Flamengo, em frente ao Hotel Novo Mundo.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Meu? Seu? Eu?
Já presenciei várias vezes um adulto dizendo para uma criança com medo de algum bichinho: "ele/a está com mais medo do que você"...
Camila Sousa de Almeida
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Existe!
terça-feira, 5 de junho de 2012
Marcha das Vadias
O assunto do momento, pelo menos pra mim e pra uma boa parte de mulheres e homens que costumam acompanhar os movimentos sociais, é a Marcha das Vadias. Eu sei que nem todo mundo ouviu falar ou, se ouviu, não entendeu de cara do que se trata. O julgamento que alguns fazem a partir do termo escolhido para dar nome ao movimento é um exemplo claro de um tipo de atitude contra a qual o mesmo luta pra transformar: o preconceito e a discriminação pela aparência.
Tudo começou em 2011, numa universidade em Toronto, no Canadá, quando um policial disse em uma palestra para as mulheres não usarem roupas de vadias, para evitarem estupros. Não aceitando serem culpabilizadas pela violência sofrida, as mulheres se organizaram para protestar contra o machismo e as diferenças sociais dele derivadas, tais como a utilização do corpo feminino como objeto pela mídia; as diferenças de salário entre homens e mulheres, pelo mesmo trabalho realizado; os estupros, abusos e violências sofridas pelas mulheres no mundo todo, em diversos contextos e culturas; entre tantas outras, já que cada marcha vai acrescentando as peculiaridades locais à medida que vai ganhando o mundo.
Um ponto interessante de tudo isso é que a luta me parece estar ganhando força devido a uma mudança muito importante que aconteceu internamente no grupo: a condenação de umas pelas outras, devido ao uso de determinados tipos de roupas e comportamentos sexuais, que demonstrava a tal da competitividade feminina, foi substituída pela defesa de todas por todas. Pois até mesmo as mulheres acusavam-se umas às outras de serem "vadias"... O machismo internalizado pelas próprias mulheres acabou se tornando seu maior inimigo, na medida em que as separavam... afinal, a união faz a força.
As palavras que usamos ganham o significado que damos, por isso, a violência verbal pode se transformar em libertação: denominar-se "vadia" agora, pode significar ser uma mulher que luta, e não só pela sua liberdade, mas de tod@s, sem distinção! Compreendo que o lema da liberdade e do respeito, assim como qualquer outro, implica na prática pessoal como exemplo. Lutar pela liberdade de tod@s não significa concordar ou compartilhar de suas condições, preferências e escolhas. Para ser livre não basta ser respeitad@; tem que respeitar. E esse é um movimento muito profundo...
Camila Sousa de Almeida
segunda-feira, 4 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Tô
Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar
Tom Zé
sábado, 2 de junho de 2012
Inteiramente
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação.
Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.
Supostos autores: John Lennon / Martha Medeiros
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