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Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)

terça-feira, 26 de junho de 2012

AvaliAção Psicológica


Sabemos que podemos prejudicar alguém não só pelos atos que praticamos, mas também pela negligência do que não fazemos ou não falamos. Por isso estou a escrever. 

Tive a oportunidade de ouvir algumas vezes, das próprias pessoas que se preparavam ou já haviam realizado uma cirurgia bariátrica, depoimentos sobre os procedimentos pré-operatórios que me deixaram preocupada com o funcionamento, que me pareceu comum, da “avaliação psicológica” dentro desse contexto específico. 

Em primeiro lugar, muitos pacientes vão ao psicólogo (da equipe do cirurgião, obrigatoriamente) com o objetivo de enganar o profissional, para que ele não alongue o processo e/ou não impeça a cirurgia, avaliando-o como não preparado para tal. Mentem e tentam fingir maturidade, esclarecimento e equilíbrio para conseguirem o mais rápido possível o que querem: a autorização para a cirurgia. 

O psicólogo, por sua vez, parece não atentar para tais sutilidades – ou finge que não percebe (o que eu prefiro não acreditar que aconteça), dando o seu aval após duas sessões – ou pouco mais que isso – com um paciente até então desconhecido. Será que em poucos encontros de determinados minutos conheceu?

Uma situação tão séria e delicada que, se não compreendida e bem elaborada, tanto mental quanto emocionalmente, pode levar à morte, não pode de maneira alguma ser tratada desse jeito. Pessoas que se submetem a esse tipo de cirurgia não podem de jeito nenhum extrapolar os seus limites – que mudaram radicalmente, quase que do dia pra noite. Algumas pessoas, que não tiveram o devido acompanhamento psicológico (antes, durante e depois), não conseguem se controlar e morrem por causa disso. Você pode pesquisar, acontece. 

Nossos comportamentos são gerados por um misto de nossa vontade consciente com nossas tendências/inclinações inconscientes. A presença de impulsos que não conseguimos controlar intencionalmente, com esforço, indicam a necessidade de um trabalho psicoterapêutico que ajude a transformar a condição emocional em que tais impulsos existem e se manifestam.

Quando não é conseqüência de algum distúrbio orgânico, a obesidade costuma ser coadjuvante da ansiedade e não raro é conseqüência de algum vazio emocional que a pessoa tenta preencher com a ingestão de alimentos. Portanto, é preciso mexer em muito mais do que no corpo.

Um psicólogo não resolverá os seus problemas, apenas vai lhe ajudar a resolvê-los; da mesma forma, uma operação de redução de estômago e similares apenas vai facilitar mudanças que você quer, precisa fazer e vai depender de você...

Camila Sousa de Almeida


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