Houve um tempo em que Lucile achava
que não sabia o que queria. Andava por aí com seu diário, onde fazia anotações
sobre outras meninas, sobre o que achava delas e o que elas achavam dela. Eram
coisas difíceis de dizer. Ao menos, escrevia. Pensava às vezes em francês,
dizendo para si mesma, com seu rótulo de desastrada, “c’est la vie”. A vida era para ser aceita, tal como era dada,
porque tinha aprendido isso desde cedo em alguma cartilha socializada. Mas o
tempo é mensageiro e fez Lucile perceber que suas dúvidas também podiam ser caminho:
descobriu a profissão de pesquisador, aquela que toda criança já nascia
especializada. Tal descoberta a fez levar a sério seu diário, tão sério que
anotava até piada! Achou que um dia tudo aquilo serviria de material importante
para a evolução da humanidade. Estava certa e errada. Não sabia ela, ainda, que um dia seria muito
pouco... Muito pouco para o monte de dias que ela transformaria todas aquelas
experiências em sabedoria para ajudar os outros. Ela só não sabia que sabia,
desde sempre, o que queria. Pesquisando a si mesma, suas potencialidades, foi evoluindo
e se tornando muito mais humana, aceitando a vida como era... Com uma flor
sorrindo pra ela em cada tropeçada...
Camila Sousa de Almeida
Fiquei com vontade de conhecer Lucile, deve ser uma mulher sabiamente interessante =)
ResponderExcluirVocê já conhece, mas vou apresentá-la... ;)
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