Mal
tinha começado a escrever e já começou a crescer: fazia do papel a própria
poesia. Mas escrevia gaguejando; soltava versos sozinhos e, com medo da
solidão, não ia adiante com nenhum deles. Foi quando num dia, noturnamente,
abriu uma página debaixo do telhado de brilhantes e enxergou lá dentro uma
palavra única e cintilante: "universo", dizia em letras
pequenas, mas gigantes. Soou como um gritante cochicho em seus ouvidos
infantes. Uma palavra só trazendo sentido para muitas e,
não-verbalmente, uniu os versos que tinha soltos e com eles formou algo
muito mais crescido do que o que tinha acrescido. Foi assim que, num primeiro segundo
incontável pelo tempo, descobriu o poder dos so(l)zinhos...
Camila Sousa de Almeida
Docemente poética e reconfortante...
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