A morte é um fato que chega às vezes de repente, como um tapa na cara em quem vive correndo para um lado e para o outro sem tempo de enxergar a vida desesperada por atenção. Ela pode lhe aparecer repentinamente, mas não ter acontecido de repente para aquele que se foi, até porque foi com intenção. Quem se mata, faz isso aos poucos...
E de muitas formas: afastando-se dos outros; comendo muito, precariamente ou pouco; dormindo demais... Absurdamente estando sempre sorridente, dizendo “bem, e você?!”; bebendo “só nos”, mas em TODOS os finais de semana; fumando pra relaxar; sempre obedecendo ou nunca questionando; querendo ser sempre o primeiro a chegar (mesmo que não seja corrida)... Nunca tendo namorado(a) ou “conhecendo” um(a) pretendente em todo lugar... Não praticando nenhuma atividade física; guardando raiva e dizendo, pelo corpo doente, o que a boca não diz... Vivendo na frente da TV ou do computador, dependente da internet ou de sensações quimicamente provocadas; trabalhando trabalhando trabalhando sem descansar...
São tantas as nossas ações cotidianas sutilmente destrutivas, que parece que todos nós estamos constantemente nos matando. Mas quem pensa seriamente nisso, sempre dá sinais. Você presta atenção de verdade nos seus amigos? Na sua família? Nos seus colegas, naqueles com quem costumar conviver, conversar? Você só fala ou também ouve? Quer realmente saber, ou só deixar a pessoa (a vida) passar?
A morte é inevitável, mas muita coisa não é.
Camila Sousa de Almeida
excelente!
ResponderExcluirum tapa na cara em quem vive morrendo!
;0
esse tapa doeu...
ResponderExcluirÉ por isso que dizem que a gente pode tudo, mas que todo exagero é prejudicial. Estejamos atentos a isso! :)
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