Quando a chuva cai não se pode esperar. Ninguém mexe com ela; se a posição das gotas muda, ela é dona de si. Faz barulhinhos estranhos só pra dizer que ela é ela mesma, nem raio e nem trovão. Qualquer coisa é outra coisa, não chuva. Chover é alto, é falta de proibição. Ninguém se atreve a escolher o dia nem reclama da hora, a chuva que vira notícia! No jornal, aparece mais que polícia; ela que, amostrada, se mostra toda sem pudor. Não podemos evitar que morra. Chuva chove. É uma existência definida pela hora que para e ainda molha. Deixa silenciar... Mas a água não tem culpa. Ela não é, mas quer ser chuva.
Camila Sousa de Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário