Nenhum peixe morde a isca se não
estiver com fome; é preciso haver alguma necessidade para poder oferecer uma armadilha
com aparência de solução para ela. Assim é na sociedade capitalista; criam em nós pseudo-necessidades
para iludir-nos com uma suposta “satisfação” por meio de soluções consumistas. E
como se criam pseudo-necessidades?
Impedindo as pessoas de terem suas reais
necessidades satisfeitas, aquelas que naturalmente produzem bem-estar e equilíbrio;
fazendo-as acreditar que não têm dentro de si aqueles aspectos subjetivos que
as fazem se sentir dignas, capazes e completas, portanto terão que procurar tudo
do lado de fora; direta e indiretamente, convencendo-as de que a vida é uma
guerra pela sobrevivência e um teatro de aparências, separando-as assim de seus
semelhantes, acusando-os de serem diferentes... Diante de tudo isso, elas se
sentirão sozinhas, em meio a pessimistas previsões e visões de vida...
Um sistema como esse vai tirando
da gente a espontaneidade da fome, do sono, da sexualidade, dos afetos, dos
sonhos... Limitando, quando determina o que você deve querer e fazer para estar
nos padrões e ser considerado bom, certo, bonito, bem-sucedido e apreciável.
Todas essas idéias foram
construídas, assim como nossos hábitos diários; criados e facilitados pela
repetição. Mas antes da construção do que estamos habituados e da criação dos
desejos padronizados, a hora de comer qualquer ser humano já sabe: quando sente
fome; a hora de dormir e acordar o próprio corpo, em harmonia com a natureza,
sinaliza; a sexualidade se manifesta espontaneamente e o sexo é naturalmente prazeroso;
as pessoas amam-se umas às outras, apreciam as coisas e os lugares de um jeito que nem
precisa de explicação...
Às vezes o problema é a solução.
Camila Sousa de Almeida
Às vezes problema é solução! =)
ResponderExcluir;)
ResponderExcluir