As vozes que ouvia pareciam
mentiras catadas do chão. As paredes não falavam, ela se repetia. Mas as partes
do corpo separadas tinham vida e verdade, e não pouca razão. Analisar não a
faria se sentir certa. Negar não a tornaria mais gente. Que importavam os
comentários alheios em torno? Que importavam os que se incomodavam com sua
passagem, se ela era também mais uma passageira? Denominava-se louca, qualquer
certidão não valia nada, não lhe daria nenhum direito. Uma anti-sociedade que
não aceitava a fera e sua beleza, não merecia também o seu respeito... Delirava
ela com certeza.
Camila Sousa de Almeida
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