- Camila Sousa de Almeida
- Aracaju, Sergipe, Brazil
- Sou uma terapeuta ericksoniana; trabalho com Psicoterapia Breve, utilizando, sob medida para cada pessoa, técnicas de Hipnose e Arteterapia. Sou também doula: acompanho gestantes durante o pré-natal, parto e pós-parto. Qualquer dúvida e interesse, entre em contato! Terei o maior prazer em poder ajudar. :)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Adapta a ação
Quando a gente cai e se machuca
percebe que tem partes de nós mais frágeis do que pensamos. E partes mais
fortes ainda. Por exemplo: uma perna que não aguenta uma pancada e outra que aguenta fazer
tudo pelas duas. Que ironia! A gente percebe, quando sai da nossa vida
rotineira, como é a vida do outro que tem essas dificuldades como rotina.
Percebe que é muito bom poder buscar um copo d’água sozinha. E esse é um prazer
que não aproveita quem só quer aproveitar a preguiça. Adaptação é uma delícia.
É poder tomar banho sentada embaixo do chuveiro e lembrar da sensação do banho
de cachoeira... Se brincar, vicia.
Camila Sousa de Almeida
sábado, 16 de novembro de 2013
O centro
Não importa quanto barulho o mundo faça ao seu redor, só é
capaz de lhe perturbar o que te inquieta por dentro. Também por isso não
adianta o silêncio de uma tarde calma, esteja onde estiver... Não é um sítio
longe da cidade nem uma TV desligada. Não é algo que você compre, nem que
renuncie. Não é a cor da roupa que veste, nem os zeros na conta bancária. Eles
podem estar na direita ou na esquerda... O que importa é o centro. Quando
achar, você vai saber e reconhecer...
Camila Sousa de Almeida
domingo, 3 de novembro de 2013
Qual idade de vida
Foi engraçado, hoje me vi adulta
quando me peguei tomando cafezinho. Principalmente porque o tinha desejado.
Quando pequena só via fazer isso gente grande... Mas fico feliz por minha
criança porque, mesmo depois de ter crescido, não me obrigo a usar terno e
gravata nem salto alto, e nem desejo nada disso. Fico feliz por ter preservado,
diferente de muita gente, uma ótima vista. Não porque não uso óculos, mas
porque enxerguei os passarinhos andando em cima dos carros. E porque achei isso
“massa” e lindo. A minha criança agradece eu ter saído do ambiente fechado do
trabalho pra tentar ver o eclipse. E sente prazer com o friozinho do tempo
nublado, em paradoxo com o fato de não fazer questão de ar-condicionado. Minha
criança se orgulha de escolher como meio de transporte a bicicleta. Ela se
diverte, se fortalece e se exercita. Gosta de escrever tentando rimar, pra
fazer poesia. Com isso concluo que, felizmente, minha criança não só aqui
dentro vive; mas está ajudando o meu adulto a ter qualidade de vida.
Camila Sousa de Almeida
sábado, 2 de novembro de 2013
Os bichinhos
Marília tinha nascido no meio dos
bichos. Convivia com gato, cachorro, papagaio, periquito. E quanto mais andava
pelo seu quintal infinito, mais encontrava outros amigos: os voadores, os
saltitantes, os nadadores... Todos absolutamente livres. As espécies conviviam
numa harmonia que, para Marília, era tão natural quanto ela.
Quando foi viver na selva de
pedra, estranhou muita coisa: água engarrafada e lacrada, fruta pegada de
prateleira, cachorro vendido em loja, o povo correndo da chuva, e não com
ela... Era tanta coisa diferente que ela nem sabia como chamar.
Já o povo sabia chamar Marília de
muita coisa. Mas quando diziam que ela era um bicho-do-mato, ela sorria
saudosa. Quando riam dos seus pés descalços, ela pensava que devia ser aquilo
uma pessoa chamada de invejosa. Toda aquela malícia dos homens das pedras só a pureza
da mata conseguia matar.
E como uma floresta que se
multiplica pelas sementes que caem na terra, a fértil Marília pegou-se a engravidar.
Gestando em seu ventre uma nova existência cor de verde-esperança, ela
naturalmente deu à luz em meio às águas limpas que ainda restavam naquele
lugar.
Não tardou a tentarem mais uma
vez desmatar seu peito: “seu filho parece um macaco!”. Marília, sábia como as
folhas de uma árvore que transformam o que vem de fora em algo que lhe é útil,
ficou muito alegre com um comentário tão divino! Serena e orgulhosa, ficou
lembrando do quanto admirava aqueles bichos...
Camila Sousa de Almeida
terça-feira, 29 de outubro de 2013
E eles viveram felizes para sempre
E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for. Assim acaba essa história. Porque tudo o que começa acaba. Murilo teve sua primeira visão quando nasceu: vislumbrou sua morte, de infarto, debruçado numa janela. Abriu o berreiro. E nunca se esqueceu dessa visão, estranhamente.
Mais tarde, na infância, os filmes o entediavam: nos créditos iniciais já sabia que o casal viveria feliz para sempre. Os filmes de comédia não tinham mais graça e os de suspense não davam susto. Desistiu de assistir "Lost" no primeiro capítulo.
Tornou-se um sujeito tímido, introvertido. Bastava que fizesse um novo amigo para que antevisse o momento em que eles romperiam ou a morte de um dos dois. Beber era difícil. No primeiro gole, visualizava a ressaca.
Um dia, apaixonou-se à primeira vista. Foi travar uma conversa. Imediatamente a viu horrenda, assinando os papéis do divórcio. E isso aconteceu repetidas vezes: viu uma dando um tiro no peito, outra comprando passagens de ônibus só de ida para Friburgo. Murilo foi, pouco a pouco, se afastando da companhia das pessoas, para não ter que começar nada que tivesse que acabar. E viveu um tempo longo em que nada começou.
Até que a visão de sua morte, tão jovem, começou a assombrá-lo. Podia acontecer a qualquer momento. Murilo se olhou no espelho e viu que ele estava se transformando no homem da sua visão: tinha engordado um pouco. Perdeu cabelo.
Não demorou muito para que ele percebesse que era melhor viver as coisas sabendo do final delas do que não viver nada. E redescobriu o prazer de viver o miolo das coisas. Passou a tentar adivinhar como é que as coisas chegariam a ser o que ele já sabia que elas se tornariam. Percebeu o quão pouco importam o começo e o final: o barato está, pensou ele, em como é que uma coisa vai dar na outra. Fez novos amigos, conheceu mulheres, se apaixonou algumas vezes. E a história poderia acabar aqui, com nosso protagonista aprendendo a viver um dia de cada vez, encarando com tranquilidade a finitude das coisas. Mas não foi bem assim, como sabemos.
Certo dia, numa praça, viu uma mulher linda e resolveu puxar conversa. E disse "Opa", como quem diz "Oi". E parou por aí, espantado. Porque não viu final nenhum. Ficou aflito. "Que é que houve?", disse ela. "Não tem final", disse ele. "O quê?", disse ela. "Nossa história", disse ele. "Não tem final." "Mas precisa ter?", disse ela. "Não, não precisa", disse ele. "Não precisa."
E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for.
Gregorio Duvivier
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Ponto a ponto
Aprenda a costurar: pra dentro, pra fora, pra dentro, pra fora, pra dentro, pra fora, pra dentro... Os nós começam e terminam.
Camila Sousa de Almeida
domingo, 27 de outubro de 2013
Reflexões de um botão
Era um peixe. Era, de fato, uma vontade de nadar. Mas ele voava no ar, sobre as coisas da terra. Não havia espaço onde ele não pudesse ir, afinal era livre da necessidade de líquidos para fluir. Tudo isso fazia um grande sentido, apesar de esdrúxulo e inigualável no mundo das espécies aquáticas, que era o mundo dos terráqueos. Todo mundo no mundo sabe nadar, e quando não sabe, nada. Nada mesmo. Nenhuma invenção humana superaria tamanha patacoada que a de um peixe que não nadava na água.
Camila Sousa de Almeida
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
O jardineiro
“O que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem”.
Rubem Alves
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Eis o ser humano
No coração tece o sentir,
Na cabeça luze o pensar,
Nos membros vigora o querer.
Nos membros vigora o querer.
Luzir que tece,
Tecer que vigora,
Vigorar que luze:
Eis o ser humano.
Rudolf Steiner
sábado, 5 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Silenciando
Um guarda-roupa entreaberto, um par de sapatos no meio do quarto; denunciando a preguiça de quem chegou à noite em casa depois de todo um dia de trabalho. E o silêncio. O silêncio de quem não quer ligar a TV nem ouvir música. O silêncio de quem ouve o som dos carros passando na rua. Aquele silêncio de quem se pergunta: onde eu perdi isso? Na adolescência, na melancolia finda? Uma cama se torna mais macia quando aproveitamos ainda acordados. Quando sinto, é pra mim que tudo isso existe. É que a gente escuta melhor muita coisa no silêncio de uma luminária...
Camila Sousa de Almeida
terça-feira, 1 de outubro de 2013
sábado, 28 de setembro de 2013
A 4m1z@de dos sonhos no mundo real
Quantas vezes havia sonhado a
respeito disso ela não sabia. Não lembrava quantas vezes desejou ser chamada de
amiga, da boca pra dentro. Ia pra festas, bares, reuniões na calçada; dividia
um cigarro mas não deixava ninguém de fato tocar sua alma. Ela sabia que de companhia
pra o que não prestava a vida não lhe privava, mas era de um amigo que sentia
falta. Farta de tantas vozes, se calava, porque mesmo quando ousava mostrar
alguma coisa sua, era sua máscara. No fundo sentia mais falta era de si
mesma...
Pensava que no mundo deviam
existir outras pessoas como ela, mas a pergunta era: como encontrá-las? Se
existia a chamada lei da atração elas deveriam estar por perto... Tentava ficar
alerta, mas só se frustrava.
Os novos tempos vieram, com outro
conceito de realidade. Agora, podia falar muito – e muito profundo – com alguém
sem nem olhar na cara! Era um novo mundo de possibilidades resgatando sua
esperança: a internet, a globalização computadorizada.
Nem precisou se apressar, as
redes a pescaram. A tal lei ia se concretizando abstratamente em conversas
não-faladas, e as almas foram se conectando sem as peles precisarem ser
tocadas. Alegria era o toque de uma mensagem recebida. Tornou-se sua música
preferida. Quantas confidências desabafadas em siglas...
Foi se descobrindo unida mesmo em
terras separadas. Foi percebendo que poderia ter uma noite muito mais divertida
ficando em casa. Acabou conquistando através de teclas e telas a essência de
uma verdadeira amizade: uma relação baseada na sinceridade.
Entendeu, por fim, que pela tela
podia tê-la pra sempre. E que a tela podia ser (ou não) temporária. Como uma
ponte entre duas margens de terra...
Camila Sousa de Almeida
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Bela-prima
A prima Vera era bela. Nossa,
como ela era! Toda vez que eu a via, enfeitada de flores até nos pés, eu
sorria. Porque sua voz era como carinho de brisa e passear com ela despenteava os
cabelos, e eu adorava isso. Estar com ela era, mais do que “estar são”, como uma
nova Era.
Mas ela só vinha de tempos em
tempos, sempre na mesma época. Então eu bolei um plano para tê-la pra sempre:
uma coisa minha que guardava eu iria lhe dar. Então ela veio, como sempre.
Minto, veio diferente; melhor do que antes e pior do que seria. E como
planejado, meu presente eu lhe dei: um beijo dado como o orvalho às folhas-meninas.
Mas primeiro senti seu cheiro
perfumado e toquei seus cabelos de fios dourados. Olhei profundo em seus olhos
e vi lá dentro meu presente sendo desejado. Assim eu nunca tinha olhado. Só
quando olhei que vi que olhava assim pra mim...
Depois que meus lábios nos seus lábios
rosa tocaram, eu pude sentir o coração tranquilo e acelerado. Mas como pode tão
diferentes e juntos em vez de separados? A resposta veio com o número de luas
exato. Prima Vera foi embora sem nunca mais ir embora de verdade. No sol ou na
chuva, comigo estava, porque no meu coração fez um milagre...
Agora fico imaginando se, como eu
a vi, outros verão...
Camila Sousa de Almeida
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Com Minhas Próprias Mãos
Eu posso mudar o mundo
Com as minhas próprias mãos
Fazer dele um lugar melhor
Com as minhas próprias mãos
Fazer o mundo um lugar mais amável
Com minhas próprias mãos
Com minhas próprias
Com minhas próprias mãos
Eu posso fazer paz na Terra
Com minhas próprias mãos
Eu posso limpar a Terra
Com minhas próprias mãos
Eu posso chegar até você
Com minhas próprias mãos
Com minhas próprias
Com minhas próprias mãos
Eu vou fazer dele um lugar brilhante
Com minhas próprias mãos
Eu vou fazer dele um lugar seguro
Com minhas próprias mãos
Eu vou ajudar a raça humana
Com minhas próprias mãos
Com minhas próprias
Com minhas próprias mãos
Eu posso segurar você
Com minhas próprias mãos
Eu posso confortar você
Com minhas próprias mãos
Mas você tem que usar
Use suas próprias mãos
Use suas próprias
Use suas próprias mãos
Com nossas próprias
Com nossas próprias mãos
Com minhas próprias
Com minhas próprias mãos
Ben Harper
domingo, 18 de agosto de 2013
sábado, 17 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
quarta-feira, 31 de julho de 2013
A Majestade, o Sabiá
Lembro que quando estava fazendo o curso de hipnose um colega observou que esta música parecia estar descrevendo um transe... E não é que parece mesmo?!
Meus pensamentos
Tomam formas e viajo
Vou pra onde Deus quiser
Um vídeo-tape que dentro de mim
Retrata todo o meu inconsciente
De maneira natural
Ah! Tô indo agora
Prá um lugar todinho meu
Quero uma rede preguiçosa pra deitar
Em minha volta sinfonia de pardais
Cantando para a majestade, o Sabiá
Tô indo agora tomar banho de cascata
Quero adentrar nas matas
Aonde Oxossi é o Deus
Aqui eu vejo plantas lindas e selvagens
Todas me dando passagem perfumando o corpo meu
Está viagem dentro de mim
Foi tão linda
Vou voltar a realidade
Prá este mundo de Deus
Pois o meu eu
Este tão desconhecido
Jamais serei traído
Pois este mundo sou eu
Roberta Miranda
terça-feira, 30 de julho de 2013
A vida privada
Era só um nome e mais algumas palavras. Não, não era. E não conseguia evitar esse algo a mais. Era um rubor, uma tremedeira, eram possibilidades terríveis e, acima de tudo, pensamentos. Que transbordavam pelo suor deixando a dona do nome molhada de crenças. Um... dois... três... quatro... cinco... Passou disso, mudava a história. Era um bicho-de-infinitas-cabeças, com olhos, bocas e ouvidos, prontos para lhe perceber e pensar algo importante sobre isso. Não, não se tratava de dizer um nome e algumas palavras. Não se tratava, por isso. Por isso era um tribunal em que já entrava condenada. Era um filme de terror que só ela mesma assistia. Ah, se soubesse desde o início ser roteirista... Precisou aprender na terapia.
Camila Sousa de Almeida
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Eles passarão... eu passarinho!
Amigos vão embora, mas as
amizades ficam. Ao longo da vida fazemos amigos, mas nunca os perdemos. Podemos
perder o programa, o contato, o telefone... mas não o amigo. Porque se ele vai
embora (ou você vai), vocês carregam um ao outro. Em forma de boas lembranças,
de sentimentos bonitos, de presentes que continuam presentes... Se nada disso existir,
nada foi perdido. Em vez de perder, você ganhou, sabe o quê? Aprendizados. Porque
muitas pessoas se disfarçam, quando na realidade são aprendizados ambulantes, e
andam por aí oferecendo experiências aos montes... Falando assim até parece que
amigos não são aprendizados também. E como são! Aprendemos com eles desde a dar
risada de piada sem graça até a reconhecer nossas faltas. E sabe o que mais
ganhamos com essa perda que não existe? Amigos! Os que existem mesmo e já estão
nas nossas vidas, precisando de mais de nosso tempo, e os que estão a caminho,
e vão precisar também...
Camila Sousa de Almeida
Um sol lindo
Eu tenho uma lembrança que vai ficar pra sempre... De uma viagem que fiz com a família pro interior de Alagoas... No meio da viagem, estávamos passando por um povoado na volta pra casa, quando começou a chover... E as pessoas foram pra rua, era uma chuva forte, e era no meio da tarde... Tava um sol lindo, e aquela água toda caindo... E as crianças faziam uma farra no meio da rua... As mulheres com panelas e baldes... E eles simplesmente dançavam... Eu era menina pequena... Deu uma vontade de chorar quando vi, tamanha era a felicidade que sentia quando via tanta felicidade naquelas pessoas que nunca tinha visto na minha vida... Desde então eu sempre comemorava a chegada da chuva, lembrando dessa cena que me marcou tanto!
Mony Grazielle
Imagem retirada de http://www.jonhbaker.blogspot.com.br/
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Não sabia que sabia ser sábia
Houve um tempo em que Lucile achava
que não sabia o que queria. Andava por aí com seu diário, onde fazia anotações
sobre outras meninas, sobre o que achava delas e o que elas achavam dela. Eram
coisas difíceis de dizer. Ao menos, escrevia. Pensava às vezes em francês,
dizendo para si mesma, com seu rótulo de desastrada, “c’est la vie”. A vida era para ser aceita, tal como era dada,
porque tinha aprendido isso desde cedo em alguma cartilha socializada. Mas o
tempo é mensageiro e fez Lucile perceber que suas dúvidas também podiam ser caminho:
descobriu a profissão de pesquisador, aquela que toda criança já nascia
especializada. Tal descoberta a fez levar a sério seu diário, tão sério que
anotava até piada! Achou que um dia tudo aquilo serviria de material importante
para a evolução da humanidade. Estava certa e errada. Não sabia ela, ainda, que um dia seria muito
pouco... Muito pouco para o monte de dias que ela transformaria todas aquelas
experiências em sabedoria para ajudar os outros. Ela só não sabia que sabia,
desde sempre, o que queria. Pesquisando a si mesma, suas potencialidades, foi evoluindo
e se tornando muito mais humana, aceitando a vida como era... Com uma flor
sorrindo pra ela em cada tropeçada...
Camila Sousa de Almeida
terça-feira, 23 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
Efeito Borboleta
A sua vida pode mudar sutil ou completamente.
Ela pode mudar de rumo quando você resolve fazer amizade com aquela menina que
você desprezava. Ela pode mudar quando você decide fazer uma coisa que acha que
não gosta. Ela muda, quando você escolhe um colégio pela farda, ou por um
motivo qualquer. Sua vida toma um rumo diferente do que poderia tomar quando
você repete uma série; quando adianta uma; quando o início de um curso atrasa;
quando você responde gentilmente alguém na internet. Sua vida muda quando você
faz um post no blog ou nas redes sociais. Sua vida pode mudar,
imprevisivelmente, quando você lê um deles...
Camila Sousa de Almeida
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
O princípio do segundo que foi o primeiro
Mal
tinha começado a escrever e já começou a crescer: fazia do papel a própria
poesia. Mas escrevia gaguejando; soltava versos sozinhos e, com medo da
solidão, não ia adiante com nenhum deles. Foi quando num dia, noturnamente,
abriu uma página debaixo do telhado de brilhantes e enxergou lá dentro uma
palavra única e cintilante: "universo", dizia em letras
pequenas, mas gigantes. Soou como um gritante cochicho em seus ouvidos
infantes. Uma palavra só trazendo sentido para muitas e,
não-verbalmente, uniu os versos que tinha soltos e com eles formou algo
muito mais crescido do que o que tinha acrescido. Foi assim que, num primeiro segundo
incontável pelo tempo, descobriu o poder dos so(l)zinhos...
Camila Sousa de Almeida
sábado, 13 de julho de 2013
A matemática do infinito no ponto final
O ponto é ruim?
Puxe ele, faça um traço.
Continua?
Faça a curva, virou vírgula.
Não satisfez?
Apague, faça outros.
Mais dois desses você ganha o infinito das reticências...
Camila Sousa de Almeida
sexta-feira, 12 de julho de 2013
quarta-feira, 3 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
A flor da pele
Era “o dia dos namorados”. Era um
dia. Mais um em que Alícia esperava aquele som que não vinha. Nunca tinha
ouvido “eu te amo” da boca de um rapaz. Nem mesmo de uma moça que não fosse
amiga. Não que ela quisesse ouvir isso de uma moça, mas que ela queria ouvir,
queria! Foi para o parque chateada, pensando quanto tempo já estava saindo com
Alesandro e ele não lhe dizia nada. Nada além da hora que iria buscá-la...
Estava sem esperanças no mundo, pois este era feito de pessoas que não falavam
o que ela esperava ouvir. Alícia caminhava e chorava... Foi quando uma flor,
roxinha como a cor que fica quando estamos sarando de um machucado, surgiu
diante de seus olhos molhados. Enxergou profundo. Enxugou suas lágrimas e
desobstruiu as passagens: Alícia pôde sentir o aroma doce da singela e miúda roxinha
cheia de pétalas. Era sensivelmente suave e se espalhava no ar da praça,
enquanto ela inspirava... Alícia chegou mais perto para ver melhor e tocou a
flor, que se deixou ser tocada. Parecia feliz com os carinhos, pois continuava
partilhando seu perfume, e isso a animava. Suas cores eram tão sinceras quanto suas folhas
recém-caídas. Ela só sabia ser ela mesma, tão bonitinha. Alícia permitiu-se a
companhia dela o resto daquele dia. E junto com a noite caiu a ficha: descobriu-se
amada pela flor. E isso era certo, tão certo quanto a raiz da planta firmada na
terra. Alícia nunca fez nada por ela. A flor simplesmente estava ali, entregue,
de corpo, cor e essência, doando a si mesma, sem nada esperar... E o único som
audível era o vento fazendo a planta balançar...
Camila Sousa de Almeida
quarta-feira, 5 de junho de 2013
sexta-feira, 31 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
Stairway To Heaven
Ontem estava voando e observei algo interessante: as nuvens. A gente consegue, de baixo ou de cima, ver as nuvens. Brancas ou cinzas, a gente vê. E elas fazem sombra. Nem sempre a gente percebe, mas a gente aproveita as sombras delas. Principalmente quando está mais quente, elas amenizam o dia pra gente. São capazes de tudo isso mas, quando a gente voa, elas não são capazes de impedir que a gente passe através delas. Isso não é fantástico?!
Camila Sousa de Almeida
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Umas coisas
A natureza de dentro é que nem a
natureza de fora.
Tem coisa que pinga em gotas mas
que, quando se junta, nos banha por inteiro.
Tem coisa que vem e vai todo dia,
na mesma hora, parecendo do mesmo jeito.
Tem coisa que desaparece mas
continua existindo, sem a gente ver...
Tem coisa que cresce escondido e
depois se amostra, pra continuar a crescer.
Tem coisa que é a mesma coisa,
mas muda de estado, de estação, de fase... Ou deixa de ser muda, simplesmente.
Tem coisa que se abre e que se
fecha, fazendo cada coisa dessa na hora certa.
Tem coisa que é vermelha e coisa
que é amarela; coisa que se diz sem cor e coisa com muitas delas!
Tem coisa invisível que é bem
forte, coisa pequena que é grande, e coisa bonita que não se enxerga por ser
teimosa.
Tem coisa que parece igual, mas é
diferente; é única, verdadeiramente.
É, as coisas são assim mesmo...
Não são nada disso. As coisas se transformam, pra continuar sendo o que não deixam
de ser, e serem o que é pra ser...
Camila Sousa de Almeida
quinta-feira, 9 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
É
Fica claro que, tudo que está impreciso, precisa ser esclarecido à luz de um farto respaldo ancorado no fundo de um oceano de verdades. Embora a verdade precisa ser precisa no que toca a realidade observada subjetivamente por uma ótica isenta de travas e entraves que obscurecem o alvo a ser atingido e por uma visão clara a cerca de um manancial de inesgotáveis argumentos congruentes e realistas, respeitando a hierarquia dos anjos da cadeia hieráldica celestial, onde tudo é azul da cor dos verdes mares...
Antônio Custódio de Souza Prado
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Bom dia
Dia desses ouvi na rádio, num dia nublado, a previsão do tempo: "o dia vai melhorar". Pensei: vai chover?
Porque dia bom é dia de chuva! Tanto quanto dia de sol...
Camila Sousa de Almeida
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Inspirando... expirando...
"Metade do oxigênio que respiramos vem dos nossos oceanos. Mantenha nossos oceanos vivos."
segunda-feira, 22 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Errando para acertar
Estava jogando dardos, eu e mais
três jogadores. Cada área do alvo tinha o seu valor se acertada, e o objetivo
era atingir determinada pontuação com a soma dos três arremessos a que cada um
tinha direito. Entre os quatro, era eu quem estava mais distante do objetivo,
pois sempre acertava alguns centímetros pro lado esquerdo de onde mirava. Virei
motivo de piada. Esperavam que qualquer um ganhasse primeiro, menos eu. Isso me
fez atentar mais para minha falha... Percebi que estava errando sempre do mesmo
jeito. Enquanto me zoavam, silenciosamente decidi utilizar o meu erro ao meu
favor: mirei alguns centímetros pro lado direito de onde eu realmente queria
acertar. Bingo! De uma só vez alcancei a pontuação que precisava e venci o jogo
antes de todos os outros. Hahahahaha! ;)
Camila Sousa de Almeida
sábado, 20 de abril de 2013
Viagem ao fundo do mar
“Bastou
isso para me banhar da terra que lhe dá o fundo; tornar-me sereia e peixe que
nada de barriga pra cima; ser um ser de nadadeiras que flutua no ar e retorna à
água, seu lugar de conforto...
A serpente não tardou em comer a própria cauda. Calmamente,
após representar a ciclicidade nas áreas baixas, subiu tão reta quanto
quieta, enrolando ela mesma nela. Fez da minha cabeça um globo da morte e rompeu
a coroa rumo à estratosfera!
Lá haviam ovos. Sim, ovos gigantes! E deles saíam
extreterrestres, que a mim eram semelhantes. Cada um entrava em seu respectivo
túnel, para escorregar e chegar ao útero. Iriam nascer.”
É assim
que se é hipnotizado. O agente lhe dá a passagem, mas é você quem faz o onde, como,
e quando da viagem...
Camila
Sousa de Almeida
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